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Professor do Centro de Artes lança livro e songbook sobre o músico Octávio Dutra

CAPA ESPIA SÓ - BIOGRAFIACAPA SONGBOOKcartaz espia sóA Associação Amigos do Conservatório de Música (ASSAMCOM) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) promove, nesta sexta-feira (3), os lançamentos do livro “Espia só…A trajetória Musical de Octávio Dutra” e  do songbook “Espia só…As músicas de Octávio Dutra”  de autoria do professor Márcio de Souza, do Centro de Artes da UFPel. O projeto teve financiamento do Rumos Itaú Cultural e terá a participarão musical dos grupos Duo Retrato Brasileiro (Porto Alegre), Raul Costa D´Avila (flauta), grupos Choro de Passarinho e Ninho de Pardal (Centro de Artes da UFPel), com início às 19h30min na Bibliotheca Pública Pelotense. A entrada é gratuita. O Projeto redescobre a obra do músico Octávio Dutra (1884-1937).

Denominado “Descobrindo o Acervo Musical de Octávio Dutra”, o projeto foi selecionado pelo programa Rumos / edição 2013-1014, mantido pelo Itaú Cultural como instrumento de apoio a artistas, produtores e pesquisadores no campo da cultura.  O projeto contou com a parceria da UFPel, que contribuiu com o apoio estrutural e tecnológico para a digitalização e catalogação do acervo através do Laboratório de Ciências Musicais.

Sob a coordenação geral do professor e pesquisador Márcio de Souza, que desenvolveu seu doutorado com a temática da trajetória de Octávio Dutra, o projeto propôs o resgate da obra de Octávio Dutra (1884-1937), violonista, compositor, arranjador e maestro porto-alegrense que viveu na primeira metade do século 20.. As edições contaram com a coordenação editorial de Omar de Barros Filho (Matico) e com produção da Guarujá Produções, sob a coordenação executiva de Carlos Peralta.

Octávio Dutra foi um mediador da música em sua época”, enfatiza Márcio de Souza. Conforme o contexto musical de Porto Alegre, uma cidade afastada dos grandes centros, Dutra teve que atuar em diversas áreas e assumir muitas funções dentro do seu ofício. “Ele vivenciou a tradição e a modernidade dentro da música brasileira”, ressalta o autor. “Sem optar por regionalismos radicais, esteve sempre em sintonia com a música do seu tempo, compondo temas direcionados para o contexto artístico, social, político e comercial da sociedade em que viveu.” Precursor do chorinho em Porto Alegre, Octávio Dutra introduziu o bandolim na música popular gaúcha e fez com que o violão – instrumento “boêmio” – tivesse maior aceitação na sociedade porto-alegrense. O grupo Terror dos Facões, criado por Dutra, atuou entre 1913 e 1919, com virtuosismo e um toque de humor, com um repertório de gêneros híbridos, como polca-tango, polca-choro, polca-marcha, tango brasileiro ou simplesmente choro. Apresentava-se tanto na periferia, junto a camadas populares, como também nos espaços mais elitizados da cidade, como o Clube dos Caçadores e o Theatro São Pedro. Vivendo exclusivamente da música, Octávio Dutra, certo dia, sofreu uma paralisia na mão esquerda. “Ele estava numa situação quase de miséria, sem poder trabalhar, doente, tanto é que ele morreu e não deixou nada”, relembra a sua sobrinha-neta Sonia Paes Porto. A morte do talento que mesclou a ambiência do centro com a periferia dos bairros, que promoveu a mistura de gêneros, timbres e instrumentos, ocorreu em junho de 1937, aos 52 anos de idade. Foi noticiada nas rádios e nos jornais de Porto Alegre, gerando depoimentos de colegas do círculo artístico, familiares e amigos, como o poeta Ovídio Chaves e o ator Pery Borges.

Serviço
O quê: Espia só…as músicas de Octávio Dutra.
Quando: 03 de junho às 19h30min.
Onde: Bibliotheca Pública Pelotense.
Quanto: Entrada gratuita.

Publicado em 31/05/2016, nas categorias Destaque, Notícias.