Jornada abre espaço para debate sobre diversidade sexual

Foi iniciada na noite da última terça-feira (10) a terceira edição da Jornada de Diversidade Sexual da Universidade Federal de Pelotas. O evento, promovido pelo Instituto de Ciências Humanas, tem o propósito de debater temáticas vinculadas a questões de gênero, diversidade e sexualidades, unindo de forma pioneira, neste seu terceiro ano, as discussões vindas dos movimentos sociais e políticos com o que está sendo produzido no âmbito acadêmico.

Com atividades que serão encerradas nesta sexta-feira (13), a Jornada foi aberta com a presença de diversas autoridades, entre elas, o reitor da UFPel, Mauro Del Pino, a pró-reitora de Assuntos Estudantis, Ediane Acunha, o diretor do ICH, Sidney Vieira, a coordenadora do colegiado do curso de História, Elizabete Leal, e o vereador Marcus Cunha.

Abrindo os pronunciamentos da noite, a pró-reitora Ediane afirmou que a PRAE tem se envolvido com essas questões, agindo em momentos necessários. Citou ainda a criação do Observatório de Gênero e Diversidade, voltado a debates sobre o tema.

A coordenadora dos colegiados de História parabenizou a equipe organizadora pelo empenho em seu trabalho e expressou a satisfação em ter o seu curso como o local do qual surgiu o evento. “Isso demonstra a abertura do curso de História para os temas de pesquisa e militância de seus professores e alunos”, explicou.

Já o diretor do ICH vê com bons olhos que a discussão sobre o tema, diferente dos anos anteriores, chega aos movimentos sociais e partidos políticos, como uma forma de abrir as portas da universidade ao que está sendo falado nas ruas: “É nossa chance de fazer com que a discussão que ocorre na sociedade penetre nas paredes da universidade”.

Para o reitor Mauro Del Pino, o apoio da Universidade a esse evento é mostra de que o espaço universitário tem sido historicamente local para transgressão intelectual e transformação, características ligadas à juventude, a grande parcela da população que freqüenta os corredores acadêmicos. “Isso é um exercício de rebeldia, de mostrar à sociedade alternativas ao que se vê”, disse.

Diante disso, Del Pino afirmou que a UFPel tem aberto diversos espaços institucionais para que a temática da diversidade sexual e de gênero seja discutida em âmbitos cada vez maiores. Uma dessas experiências é o lançamento do programa Espaço Docente, que buscará levar, por meio da formação dos professores, temas transversais que eram excluídos de sala de aula. “Queremos que a UFPel seja protagonista nessa transformação”, pontuou.

Finalizando as falas, o coordenador geral da Jornada, professor Fábio Cerqueira, também destacou a aproximação entre o âmbito das militâncias e da pesquisa acadêmica proposta por essa edição. Ele também comemorou o fato de que coletivos de diversos cursos da Universidade busquem ampliar as pesquisas sobre o tema do gênero e da diversidade, como Direito, Enfermagem, Filosofia, entre outros.