UFPel: 46 anos para celebrar a memória e as diferenças
A construção de uma UFPel democrática, inclusiva e comprometida com o desenvolvimento social e econômico de Pelotas e da região, remete a uma atitude de valorização permanente das pessoas e do patrimônio material e imaterial que a caracterizam. Ao reafirmar sua história, encontramos uma Universidade que assume seu lugar no centro de uma outra história, que se mostra capaz e disposta a constituir um novo paradigma, capaz de criar não somente novas formas de olhar a sociedade que nos cerca, como também repensar a forma com que transformamos o nosso redor.
Neste dia 8 de agosto, quando completa 46 anos, a Universidade Federal de Pelotas comemora como nunca a sua memória, instituindo-se como um polo de oportunidades, um espaço de respeito à diversidade e de celebração das diferenças. Oportunidades que se revelam através de políticas afirmativas para quem não teria acesso, há apenas poucos anos, a uma vaga na academia. Com a adoção das cotas sociais, que reservam 50% das vagas ao ingresso de estudantes vindos de escolas públicas e que sejam descendentes de etnias negras ou indígenas, a UFPel afirma-se como uma instituição pública que serve aos interesses de toda a sociedade, oferecendo formação de qualidade e chance para que sólidas carreiras sejam construídas por cidadãos que poderiam não ter essa possibilidade.
Essa iniciativa chega a um ponto culminante com a abertura de vagas exclusivas para habitantes de comunidades quilombolas e indígenas em cursos que podem trazer um novo suporte de vida a esses espaços. Serão profissionais de diversas áreas – médicos, agrônomos, professores, dentistas – vindos desses grupos e que estarão a serviço dos seus, iniciando um movimento que tenta sanar uma dívida história da sociedade brasileira para com estes grupos.
A luta pelo fim da discriminação também é uma bandeira levantada pela Universidade, como forma de fazer da sociedade um espaço para todos e para todas. Campanhas pedindo o fim do trote humilhante e vexatório, em relação a etnia, orientação sexual, origem ou gênero ganharam espaço nos corredores. O fim da violência contra a mulher também foi alvo de trabalhos de conscientização. Além da criação do Observatório de Gênero e Diversidade Sexual e da possibilidade da adoção do nome social de estudantes transgêneros, multiplicam-se as iniciativas que buscam ampliar os espaços de discussão das diversidades de todos os tipos dentro da UFPel.
Investimentos na qualificação acadêmica da Universidade tornam, cada vez mais, a UFPel uma referência tanto na graduação como na pós-graduação. Atividades como a 1ª Semana Integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão (Siepe), que acontecerá no mês de setembro, apontam para um novo caminho trilhado pela Universidade, onde a integração de todas as áreas de atuação remete a uma formação de pessoas com uma compreensão cada vez mais ampla e crítica dos processos produtivos, econômicos e sociais.
Estruturas organizacionais ocupam também a própria gestão da Universidade com o objetivo de trabalhar em prol da manutenção dessas políticas inclusivas. Espaços, como a Coordenação de Ações Afirmativas e Políticas Estudantis, tratam da promoção de ações que possibilitem que os estudantes cotistas ou com algum tipo de vulnerabilidade social possam realizar sua trajetória acadêmica de forma satisfatória. O Núcleo de Ações Inclusivas permite que discentes com algum tipo de deficiência possam encontrar os meios para desenvolverem suas atividades.
A Universidade Federal de Pelotas chega, assim, aos seus 46 anos de portas abertas, produzindo conhecimento, ciência, tecnologia, arte e cultura, possibilitando oportunidades a pessoas que antes não as teriam. Constrói o centro de uma nova história, plural, transparente, diversa, inclusiva, em que todos têm a mesma chance de serem protagonistas, a mesma chance de serem autores.
Uma trajetória para cada vez mais sermos criadores de novos paradigmas, transformadores de realidades que possam ser mudadas para serem mais inclusivas e abertas. Enfim, comemoramos e singularizamos os 46 anos da UFPel através de sua memória e daquilo que se traduz como prática da diferença.
