Paciente internado no HE aprende a trabalhar com artesanato
Das adversidades podem nascer os mais diversos conhecimentos. O Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas já contou diversas histórias, pessoas que conseguiram superar os momentos difíceis da sua vida e seguir enfrente, bebês prematuros que lutaram para ganhar peso e se desenvolver, pais que acompanharam esse caminhar, e os mais incríveis talentos encontrados no silêncio de um leito.
Gilson Castro Costa, que trabalhava com manutenção residencial, sempre quis experimentar fazer artesanato, mas não dispunha de tempo e achava que não possuía habilidade para a atividade. Quando foi internado pela primeira vez no HE, auxiliado pela Terapia Ocupacional (TO), mostrou o interesse pela culinária, pois já cozinhava em casa. Ele desenvolveu um livro de receitas, sempre procurando acrescentar suas comidas favoritas, até certo dia, quando sentiu a necessidade de ir além.
Gilson começou a desenvolver artesanato com materiais reciclados enquanto estava internado. No início criou objetos fáceis, como um porta-copo feito de revistas, ou um porta retrado também do mesmo material. Dessa nova atividade ele descobriu um talento, e quando já não estava mais internado no hospital ele resolveu expandir seu conhecimento. O mais novo artesão buscou um curso de flores em E.V.A., já pensando que dessa nova vertente ele poderia transformar em mais uma fonte de renda. “Achei maravilhoso quando comecei a perceber as oportunidades que estavam sendo oferecidas dentro das diversas tarefas propostas pela TO, e quanto mais eu me desenvolvia, mais entusiasmado eu ficava, além de influenciar positivamente no meu tratamento” falou.
O intuito inicial foi ajudar a recuperação do paciente, mantendo o sentimento de produtividade, estimulando a criatividade e participação ativa na tomada de decisões terapêuticas. “A terapia ocupacional incentivou que ele começasse a construir determinados objetos com materiais alternativos, sempre com a prática baseada no paciente, e agora tentamos mantê-lo interessado nessas práticas e torna-las, além de prazerosas, rentáveis”, falou a residente de terapia ocupacional, Francielly Zilli.
A oportunidade fez com que Gilson descobrisse um novo talento, e ao invés de passar seu tempo sem fazer nada, inquieto e com a cabeça cheia de problemas, ele se dedica para aprender cada vez mais. Com pequenos impulsos, ele conseguiu despertar para uma nova atividade.