UFPel apresenta Plano de Ações para o APL Alimentos
Ações nas áreas de cooperação, divulgação, políticas públicas, infraestrutura, capacitação e treinamento e de financiamentos deverão ser realizadas para desenvolver o Arranjo Produtivo Local (APL) de Alimentos da Região Sul do Rio Grande do Sul. As indicações resultam de diagnóstico elaborado pela Universidade Federal de Pelotas, uma das instituições que fazem parte do Comitê Gestor do APL, onde predomina a agricultura familiar.
O conjunto de medidas foi apresentado durante o lançamento, nesta tarde de quinta-feira (18), no Lyceu, do Plano de Desenvolvimento do Arranjo. O trabalho, realizado por docentes da Faculdade de Nutrição, da Faculdade de Administração e Turismo e do Centro de Engenharias da UFPel, fez um levantamento, que durou um ano, com produtores, agroindústrias e cooperativas que fazem parte do Arranjo. O APL atinge os 22 municípios componentes do Corede Sul. No total, são 66 empresas.
O diagnóstico abordou temas como sustentabilidade, inovação, operações, recursos humanos, aspectos legais e financiamento da produção. As ações devem ser colocadas em prática a partir de 2015.
Mas uma delas, na área da divulgação e promoção do Arranjo, já está funcionando. Foi aberta logo após a apresentação do Plano, a Banca 78 do Mercado Central de Pelotas, onde podem ser vistos e comprados os produtos do APL e, principalmente, serem alinhavados negócios entre produtores, distribuidores e comerciantes.
“A maior função da banca é a de ser um balcão de negócios com compradores do comércio”, disse o professor Felipe Herrmann, da Faculdade de Nutrição, um dos realizadores do levantamento e apresentador do Plano. Convênio assinado esta tarde no Lyceu, entre Prefeitura de Pelotas e cooperativas de produtores, viabiliza o uso da banca no Mercado pelo Arranjo. Um banco de dados com as empresas que fazem parte do APL está instalado na banca do Mercado, para facilitar a consulta pelos interessados nos produtos.
Para o coordenador do Arranjo, Daniel Aquini, a banca será um espaço permanente de divulgação dos produtos regionais, de atendimento ao consumidor e de aproximação das agroindústrias com eventuais compradores.
Problemas
A agenda de ações contempla 32 pontos. Elas estão baseadas nos relatos sobre as principais dificuldades encontradas pelos produtores. Entre os problemas referidos, os mais significativos foram a falta de capital de giro, a não participação em grupos de compras, o fato de a capacidade de produção ser igual ou menor que a demanda, as faltas de máquinas para produção em pequena escala, de financiamentos para a compra das máquinas e de estrutura para armazenamento da produção e a baixa qualidade da energia elétrica.
Inserção
“A Universidade não terá função se não estiver trabalhando com a comunidade em que está inserida”, disse a vice-reitora da UFPel, no exercício da Reitoria, Denise Gigante, antes da apresentação do Plano. Ela ressaltou a importância do momento e as relações da UFPel com os parceiros do Comitê Gestor do APL. Lembrou que boa parte dos alimentos consumidos nos restaurantes universitários da UFPel são oriundos da agricultura familiar, de produtores que fazem parte do Arranjo. “Isto demonstra o interessa da Universidade no trabalho dos agricultores familiares”, observou Denise Gigante.
O chefe geral da Embrapa Clima Temperado, Clenio Pillon, recordou que a riqueza produtiva do país passa pela agricultura e que o evento que estava sendo realizado traduzia conhecimento, tecnologia, inovação e técnicas de gestão para a governança do APL.
A materialização de uma construção feita na região, com organizações locais, especialmente da agricultura familiar. Assim classificou o encontro a gerente regional da Emater RS-Ascar, Karin Peglow.
Para o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Pelotas, Fernando Estima, a iniciativa faz parte de um conjunto de ações voltadas ao desenvolvimento, como o Polo Tecnológico. Ele também lembrou que é o agronegócio que carrega a economia.
Ao afirmar que é muito bom ver o APL Alimentos crescer, o pró-reitor adjunto de Extensão do IFSul, Miguel Baneiro, colocou seu Instituto à disposição de todo o grupo, reforçando a parceria que forma o Arranjo.
“O Plano traz um diagnóstico importante. Precisamos avançar em questões como a legalização dos pequenos empreendimentos”, ressaltou o representante do Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (Capa), Ernesto Martinez.
Arranjo
O APL Alimentos nasceu no Fórum da Agricultura Familiar da Região Sul, instância que aprovou o Plano apresentado nesta quinta-feira. O APL tem como carros-chefe produtos como hortaliças, mel, frutas e condimentos. A produção está inserida em programas do Governo Federal como o de Aquisição de Alimentos e o de Aquisição de Alimentos para Escolas.
Saiba mais clicando em www.aplalimentosul.org.br .