UFPel propõe estrutura para atender ações afirmativas
Atendendo a uma demanda de movimentos sociais, e após cerca de um ano de conversas, a UFPel está criando uma estrutura administrativa especialmente destinada a ações afirmativas para estudantes cotistas. A Administração Superior da Universidade apresentará ao Conselho Universitário (Consun), em sua próxima reunião, a ser realizada ainda antes do recesso de fim de ano, proposta de transformação da atual Coordenação de Políticas Estudantis, da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), em Coordenação de Ações Afirmativas e Políticas Estudantis (Cape).
O setor terá como finalidade a execução, a manutenção e o controle de políticas de inclusão, permanência e conclusão dos cursos para estudantes provenientes de escolas públicas ou vagas suplementares, como cotistas oriundos de coletivos quilombolas, afrodescendentes ou indígenas. Terá como função também o acompanhamento desses futuros profissionais enquanto egressos em suas comunidades ou áreas de trabalho.
Além disso, será objetivo da Coordenação o estabelecimento de diálogo com a comunidade acadêmica, com os movimentos sociais, com as comunidades originárias e com os setores público e privado, além de executar políticas de combate ao racismo, à xenofobia e à homofobia, ou qualquer outra espécie de ação discriminatória, preconceituosa e agressiva. Para tanto, a Cape contará com dois núcleos, o de Ações Afirmativas e Diversidade (Nuaad), e o de Projetos e Ações Positivas (Nupapo).
O assunto foi tratado nesta semana durante reunião realizada na Reitoria, com as presenças do reitor Mauro Del Pino, da vice-reitora, Denise Gigante, da pró-reitora de Assuntos Estudantis, Ediane Acunha, e de representantes de entidades como o Fórum Cotassim e do Núcleo de Etnologia Ameríndia do Instituto de Ciências Humanas da UFPel (Neta).
Para o reitor da UFPel, a iniciativa preenche uma lacuna existente até então na atenção a grupos minoritários que ainda não tinham políticas de ingresso e acompanhamento. “É uma demanda de movimentos sociais, como os quilombolas, que passaremos a atender”, comemorou Del Pino.