UFPel é cenário para documentário sobre francofonia nas Américas
A Universidade Federal de Pelotas foi cenário, nesta semana, para a gravação de um documentário sobre a francofonia nas Américas. A atividade foi realizada com acadêmicos e professores do curso de Licenciatura em Letras – Francês pela equipe do Centre de la Francophonie des Amériques, que busca saber das relações entre os falantes da língua francesa com o idioma.
O documentário Intimidades Francófonas é fruto de uma parceria entre o Projet Ose (Projeto Ouse) e o governo do Québec, estado do Canadá no qual a língua dominante é o francês. O Centre de la Francophonie des Amériques foi criado em 2006 para promover e difundir a língua francesa das Américas.
No filme, estão sendo exploradas as realidades dos falantes do francês no continente. “A ideia é ir ao encontro de pessoas que falem ou tenham o francês em sua história como uma marca forte”, explica Janaína Nazzari Gomes, professora da língua e membro do conselho administrativo do Projet Ose. A equipe busca olhar para as pessoas e seus contextos e histórias.
Segundo Janaína, a UFPel foi um dos pontos escolhidos para a gravação, em primeiro lugar, pela existência do curso, mas também porque as referências de francofonia adotadas pelo currículo não se restringem apenas na França. “Há muitas pessoas que querem aprender o francês por causa da França ou por Paris ou pela Torre Eiffel”, conta.
A professora do curso Maristela Machado, questionada sobre a inclusão de outras referências francófonas, comentou que esta foi uma opção ideológica na criação do curso, de forma a enriquecer a experiência da língua com materiais que não apenas os da pátria-mãe do idioma. “Acabaríamos encerrando um grande universo em um único espaço”, diz.
Além da universidade, outro ponto visitado pela equipe do Projet Ose foi a Colônia Francesa, comunidade localizada na zona rural de Pelotas formada por imigrantes franceses. De acordo com Janaína, o caso foi considerado uma novidade pelo grupo. No entanto, ela lamenta que a transmissão da língua tenha se perdido, como língua materna. Ela afirma, porém, que a identidade francesa continua, com tradições como os doces coloniais, adotados, inclusive, como um patrimônio do próprio município. Uma peculiaridade vista também foi a inclusão, nas escolas daquela região, do ensino do francês, de forma a manter a referência cultural do local.
De Pelotas, a equipe do documentário segue para o estado de São Paulo, onde filmará outras histórias de vida de pessoas que interagem com o francês.