Coisas banais ou, talvez, não: museu virtual tem espaço para o inusitado

Objetos que não imaginamos ver expostos em museus, coisas que vemos todos os dias ou às quais não damos importância. O Museu das Coisas Banais quebra com concepções padrão e abre seu acervo para o valor sentimental. O projeto de pesquisa, vinculado ao Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Pelotas, é realizado por alunos de diversos cursos, entre eles Museologia, Antropologia, Artes Visuais e Terapia Ocupacional. Tem como orientadora a professora Juliane Serres, da Museologia e do Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural.

O trabalho tem base na metodologia da história oral e na preservação da memória dos objetos, construindo um acervo digital com narrativas e fotografias. É um exercício antropológico e de discussão que aborda a cultura material, voltada aos motivos de as pessoas colecionarem ou manterem um vínculo forte com certos objetos.

O Facebook é onde o museu se abriga. Todas as “coisas banais” estão expostas na página da rede social, que está na ativa desde julho deste ano. Um CD da banda Rouge, um pedaço de papel, um guarda chuva, tatuagens e até mesmo um cachorro. Todos estes itens foram enviados ao museu por seus donos, que os veem como algo de importância pessoal.

O grupo está trabalhando na ampliação do museu através de um site próprio, ainda sem data de lançamento. Para proporcionar total acessibilidade, será feito material em libras, audiodescrição e braile.

Fora da internet, a equipe também realiza a pesquisa através de ações no Mercado das Pulgas, coletando histórias e registrando em vídeo. O aluno de Museologia e integrante do museu, Rafael Chaves, diz que o grupo busca a relação dos objetos com as pessoas.

Para acrescentar um objeto pessoal ao acervo museológico, basta fotografá-lo no seu contexto e em um fundo neutro, escrever a história a ele relacionada e solicitar uma ficha de inscrição pelo e-mail museudascoisasbanais@gmail.com.