UFPel incrementa debates sobre a creditação das atividades de extensão
Visando alavancar as discussões no âmbito da UFPel sobre a creditação das atividades extensionsitas no currículo dos cursos de graduação, a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PREC), incluiu na programação do Congresso de Extensão e Cultura, realizado na última semana, duas palestras com professores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ), na noite do dia 9 de setembro. Na oportunidade, foram apresentadas as experiências das duas instituições, a primeira com uma metodologia já implantada há dez anos, e a segunda com um sistema mais recente.
A pró-reitora de Extensão e Cultura, professora Denise Bussoletti, ressalta que a UFPel está empenhada na implantação dos parâmetros recomendados pelo Plano Nacional de Educação, que busca assegurar que no mínimo 10% do total de créditos exigidos para a graduação no ensino superior no país sejam reservados para a atuação dos alunos em ações extensionistas, meta também endossada pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão (Forproext).
“Temos que fazer essa discussão aqui. O primeiro movimento foi convocar a comunidade para as palestras realizadas dentro do CEC. Agora, em conjunto com a Graduação, vamos levar o debate para o Fórum de Coordenadores de Cursos, para, através de um trabalho mais sistemático, promover a discussão sobre a metodologia de implementação das ações de creditação na UFPel – qual a forma a ser utilizada e os caminhos a serem construídos”, enfatiza Denise. Ela ressalta a importância desse momento, em que a UFPel busca entrar em consonância com uma política nacional e tenta dar materialidade à proposta que dá maior expressão e visibilidade à extensão dentro dos projetos político-pedagógicos dos cursos.
Em sua palestra, o coordenador de Formação e Integralização Curricular da Pró-Reitoria de Extensão da UFBA, professor Adriano Sampaio, discorreu sobre o tema “Flexibilização Curricular e Integralização de Créditos da Extensão Universitária”. Ele destacou que a importância da extensão universitária na formação do estudante foi preconizada na Constituição de 1988.
As diretrizes e metas do Plano de Desenvolvimento Institucional da UFBA para o período 2012-2016 preveem o incentivo, estímulo e apoio aos cursos de graduação para que incluam em suas grades curriculares a creditação de pelo menos 10% referente aos programas, projetos e atividades de extensão. “As ações extensionistas devem possuir um projeto pedagógico que explicite a designação do professor orientador, os objetivos da ação e as competências dos atores nela envolvidos, bem como a metodologia de avaliação da participação do estudante”, observou Sampaio.
De sua parte, o pró-reitor de Extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Pablo Cesar Benetti, em sua palestra “Creditação das atividades de extensão nos currículos dos cursos de graduação da UFRJ”, falou sobre o papel das universidades públicas, que, segundo ele, é a contribuição ativa para os desafios colocados pelo desenvolvimento nacional e para a incorporação das demandas sociais. Nesse sentido, destacou que “a presença da extensão universitária na formação dos alunos é uma demanda dos Fóruns de Pró-Reitores de Graduação e de Extensão”.
Benetti destacou também aspectos do Marco Legal, que prevê a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, previsto no art. 207 da Constituição Federal de 1988; a concepção de currículo estabelecida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei Federal nº 9.364/96); a meta 23 do Plano Nacional de Educação (2001-2010) que indica a reserva mínima de dez por cento do total de créditos exigidos para a graduação no ensino superior no país para a atuação dos alunos em atividades de extensão (Lei Federal 10.172/2001), mesmo princípio previsto na Meta 12.7 da Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014.
A aprovação de Resolução sobre o tema na UFRJ foi precedida de seminários, pesquisas e discussões internas na instituição. Em seu artigo primeiro, a Resolução estabelece que as atividades de extensão reconhecidas pela UFRJ serão incluídas no histórico escolar dos estudantes dos cursos de graduação por meio de disciplinas ou Requisitos Curriculares já existentes em alguns cursos e/ou pela criação de um conjunto de Requisitos Curriculares Suplementares (RCS – EXT), denominados “Atividades Curriculares de Extensão”, com carga horária variável, em formato a ser definido por cada Unidade/Curso no seu respectivo projeto pedagógico, dentro de balizamentos indicados. São creditados programas/projetos, cursos de extensão e eventos.
“Como se vê, trata-se de um movimento da política de extensão, em nível nacional. E nós estamos um tanto quanto atrasados. Então, à medida em que procuramos cumprir um preceito que é legal, vamos alargando o conceito de extensão dentro do próprio projeto político-pedagógico dos cursos. A UFRJ faz uma série de movimentos desde os anos de 2005-2006 , mas que culminou com a apresentação de uma resolução, aprovada em junho de 2013. Criaram na grade curricular disciplinas que ancoram os projetos de extensão, com cargas horárias diferenciadas e pré-requisitos estabelecidos”, conclui a pró-reitora da UFPel.
Segundo Denise Bussoletti, a Universidade Federal da Bahia trabalha a perspectiva de que não se trata apenas do aproveitamento das atividades de extensão como créditos no histórico escolar dos estudantes ou da criação de disciplinas de extensão, mas das possibilidades criativas de inserção da extensão nos projetos político-pedagógicos dos cursos de graduação, como elemento fundamental e necessário no processo de formação do futuro profissional cidadão.