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Dissertação aborda complicações respiratórios no período neonatal

Será realizada, no dia 23 de abril, às 10h, no Auditório Prédio B do Centro de Pesquisas Epidemiológicas a Defesa de Dissertação – Mestrado Profissional de Flávio Sergio Chiuchetta, com o título: Suporte ventilatório ao nascer e associação com doenças respiratórias aos seis anos: Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2004, RS. A pesquisa tem como orientador Alicia Matijasevich e a Banca examinadora é composta por Elaine Albernaz e Fernando Barros.

Complicações respiratórias do suporte ventilatório no período neonatal
Os nascimentos de crianças prematuras vêm aumentando em todo o mundo. Um relatório do ano de 2012 da Organização Mundial da Saúde coloca o Brasil como o décimo país do mundo com maior número absoluto de nascimentos pré-termo. Além da sua contribuição à mortalidade, a prematuridade é responsável pela elevada morbidade dos sobreviventes, tanto pela presença de complicações agudas como em longo prazo, com importantes sequelas no desenvolvimento físico e intelectual.  Do ponto de vista respiratório, os recém-nascidos prematuros devido a sua imaturidade pulmonar apresentam com frequência síndrome de desconforto respiratório, apneias e infecções, requerendo a utilização prolongada de uso do oxigênio e ou suporte ventilatório, tratamento que pode ocasionar complicações a longo prazo.

Como parte de uma dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas foi desenvolvida uma pesquisa com o objetivo de avaliar a associação entre o uso de suporte ventilatório ao nascimento e doenças respiratórias aos seis anos nas crianças pertencentes à Coorte de Nascimentos de Pelotas do ano de 2004. O estudo foi realizado pelo mestrando Flávio Sérgio Chiuchetta, sob a orientação da Professora Alicia Matijasevich e com coorientação do Professor Tiago Munhoz.

Foram analisadas 3.624 crianças pertencentes à coorte, sendo que 6% hospitalizaram em Unidade de Tratamento Intensivo neonatal ao nascimento e destes quase a metade requereu algum modo de suporte ventilatório. O uso de suporte ventilatório ao nascer ( uma combinação de pressão positiva continua da via aérea por via nasal e ventilação mecânica ou unicamente ventilação mecânica) esteve associado com chiado no peito e diagnóstico médico de asma. Aquelas crianças que requereram suporte ventilatório ao nascer apresentaram quase três vezes maior risco de apresentar chiado e diagnóstico médico de asma aos seis anos comparadas com aquelas crianças que não requereram suporte ventilatório ao nascimento.

Os resultados alertam para as complicações respiratórias na infância naquelas criança que fizeram uso de suporte ventilatório no período neonatal, assim como para a necessidade de que essas crianças  recebam uma maior atenção para doenças respiratórias e um acompanhamento médico de forma regular nos primeiros anos de vida.

Fonte: PPGE

Publicado em 04/04/2014, nas categorias Agenda, Notícias.