Tese de doutoranda do PPG em Epidemio avalia excesso de peso em crianças
Será realizada no dia 6 de março, às 14h, no Auditório Kurt Kloetzel, do Centro de Pesquisas em Saúde Doutor Amílcar Gigante, a Defesa de tese da doutoranda Roberta de Vargas Zanini, intitulada “Adiposidade e massa magra aos 6 anos de idade: Coorte de Nascimentos de 2004” e orientada pela professora Iná da Silva dos Santos. A banca está assim constituída: Bernardo Lessa Horta, Maria Cecilia Assunção e Maria Cristina Gonzalez (UCPel).
A pesquisa
O aumento da prevalência de obesidade na infância tem despertado o interesse da ciência em investigar suas causas e consequências. A “Coorte de Nascimentos de 2004”, estudo que acompanha as crianças nascidas no referido ano em Pelotas, realizou seu quinto acompanhamento entre outubro de 2010 e agosto de 2011. Neste período, 3722 crianças, que estavam em média com seis anos de idade, foram entrevistadas e exames de composição corporal (quantidade de gordura, ossos e músculos) por dual-energy X-ray absorptiometry (DXA) foram realizados. Alguns resultados desse acompanhamento foram avaliados pela aluna do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas, Roberta de Vargas Zanini, em sua tese de doutorado, intitulada “Adiposidade e massa magra aos 6 anos: Coorte de Nascimentos de 2004”, sob orientação da Professora Dra. Iná S. Santos.
As meninas da Coorte pesaram em média 24,8 kg e os meninos 25,1 kg, o que está acima da recomendação da Organização Mundial da Saúde para idade. Por outro lado as crianças estavam mais altas do que a referência internacional para idade (meninas com média de 1,20 m; e meninos de 1,22 m). No entanto, considerando as duas medidas (peso e altura) mais de um terço das meninas e meninos estavam com excesso de peso.
Como também verificado em outros países, as meninas apresentaram mais gordura corporal que os meninos (em média 1,3 kg a mais). As meninas tinham em média 6,3 kg de gordura corporal (4,2 kg/m² e 23,4% do peso total do corpo). Os meninos apresentaram em média 5,0 kg de gordura corporal (3,3 kg/m² e 18,0% do peso total do corpo). Já a quantidade de massa muscular foi 1,6 kg maior entre os meninos: 19,3 kg, 13,0 kg/m² e 78,5%, enquanto as meninas apresentaram 17,7 kg, 12,2 kg/m² e 73,2%. As crianças que nasceram em famílias socialmente mais abastadas apresentaram maiores médias tanto de gordura quanto de massa muscular aos seis anos. A maior quantidade de massa muscular neste grupo provavelmente se deva ao fato dessas crianças terem também maior altura.
Estes resultados apontam para a necessidade de se promover em Pelotas uma alimentação mais saudável na infância, período em que os hábitos alimentares são adquiridos e consolidados. A prática de atividade física também deve ser incentivada.
(Fonte: PPGE)