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UFPel mantém experimento na CRM há dez anos

fotoUm experimento que visa verificar as espécies que melhor se adaptam em recuperação de áreas mineradas pela extração do carvão está sendo desenvolvido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPeL) na Mina de Candiota da Companhia Riograndense de Mineração (CRM). O trabalho vem sendo desenvolvido desde 2003 em uma área de cerca de um hectare, com parcelas de 20 metros quadrados e conta com a supervisão do professor doutor da Faculdade de Agronomia da UFPeL, Eloy Antônio Pauletto.

Doutor Pauletto explica que há espécies específicas plantadas para evitar o processo erosivo do solo. “Testamos inicialmente gramíneas e leguminosas, mas a segunda não ‘vingou’ porque exigem mais adubação e um solo mais fértil, e não encontrando nessas áreas um ambiente propício”, relata. O doutor explica ainda que as gramíneas configuram-se como adequadas e no espaço destacam-se as espécies brachiárias, dentre as quais as Humidículas (que tem porte menor, mas dão melhor cobertura ao solo) e as brisantes (que tem porte maior, mas se desenvolvem em touceiras, permitindo o escoamento da água e o processo erosivo). Outra espécie em destaque são as gramas tifton e hemathria. “Estas se desenvolvem dando boa cobertura e melhor reestrutura do solo em profundidade”, esclarece.

Os resultados verificados no experimento, segundo o professor doutor, são a longo prazo, pois a recuperação dos aspectos físicos do solo leva muito tempo, ao contrário da recuperação dos aspectos biológicos que pode ser menos lenta, desde que haja aporte de carbono advindo das espécies vegetais implantadas.

Do experimento, que conta com a equipe de professores pesquisadores Luiz Fernando Spinelli Pinto, Danilo Dufech Castilhos e Flávia Fernandes, surgiram diversas dissertações de mestrados e teses de doutorado, avaliando potenciais das espécies, microbiologia do solo, química do solo, carbono orgânico e aspectos fisiomecânicos do solo. O projeto que atualmente é voluntariado na empresa, conta com apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Rede do Carvão.

Conforme o gerente de Meio Ambiente da CRM, engenheiro agrônomo Marcel Fróes, os resultados são vistos na prática. “Além de ser uma grande oportunidade de troca de conhecimento, acabamos utilizando as espécies cultivadas em outra áreas, multiplicando-as, o que resulta em avanços no processo de regeneração”, acentua.

Nesta sexta-feira (6), o doutor e demais alunos de mestrado e doutorado, além de bolsistas de iniciação científica, visitaram a unidade mineira onde realizaram o roçamento das parcelas. As visitas com frequência média mensal se intensificam nas estações mais quentes.

Texto e foto: Assessoria da CRM.

Publicado em 09/09/2013, na categoria Notícias.