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Parceria entre instituições para desenvolvimento de Pelotas é tema de debate na SIIEPE

Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul) e Prefeitura de Pelotas, unindo-se à experiência da Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central (Universidade Estadual do Ceará), discutiram, na manhã desta quarta-feira (22) o desenvolvimento regional. As entidades apresentaram suas visões de como o trabalho em conjunto pode potencializar iniciativas e trazer benefícios para a comunidade de Pelotas e região. A discussão foi o foco da mesa-redonda “Pensando Pelotas”, uma das atrações da programação da 3ª Semana Integrada de Inovação, Ensino, Pesquisa e Extensão (SIIEPE) da UFPel.

O professor Altemar da Costa Muniz, da Faculdade do Sertão Central, discorreu sobre a formação de sua instituição, construída com recursos e o envolvimento direto da comunidade. O docente contou aos presentes sobre a criação da identidade institucional – que incluíam projetos pedagógicos ligados a ações educacionais da localidade e o trabalho com populações marginalizadas. Muniz falou, ainda, sobre as conquistas aliadas ao movimento estudantil e sindical, parcerias com a prefeitura de Quixadá – onde está sediada a Faculdade -, e sua existência como catalisadora de outras instituições de ensino da região. Todo o trabalho, segundo ele, possibilitado por gente disposta a fazer acontecer. “Isso é o que conta”, disse.

O reitor da UFPel, Pedro Curi Hallal, listou uma série de ações que já são feitas entre a Universidade e a Prefeitura, IFSul e Universidade Católica de Pelotas (UCPel), por exemplo. A natureza das parecerias é a mais variada: seja na área que abrange, seja na forma como ocorre.

De acordo com o reitor, a UFPel tem como característica estar presente na cidade toda – e o seu diálogo deve ser feito com governos municipais, estaduais e nacionais e de maneira contínua e permanente, independentemente do partido político que ocupe cada função. Hallal falou também sobre o Programa de Avaliação da Vida Escolar (PAVE), que neste ano teve o número de vagas duplicadas e, com isso, impacta diretamente na região. “A UFPel dialoga continuamente com a Prefeitura e as demais instituições de ensino. Ela faz parte dessa região e trabalhará pelo desenvolvimento dela”, disse, mencionando que a UFPel optou por retirar pautas próprias junto a parlamentares para reforçar e dar total apoio a pautas coletivas, como no caso da duplicação da BR-116. “Temos compromisso com a região e nosso papel social”, declarou.

A prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, também professora da UFPel, ressaltou o papel fundamental da Universidade para o desenvolvimento e o futuro do município. A dirigente mencionou a riqueza de visões e diversidade ganha por Pelotas por parte dos alunos da UFPel vindos de diversas partes do país.

Paula citou exemplos de ações realizadas em conjunto com a UFPel e outras instituições de ensino, especialmente nas áreas de saúde, cultura e educação. A prefeita manifestou o desejo de aproximar mais o Executivo Municipal do Centro de Pesquisas Epidemiológicas da UFPel, referência mundial. “Quem exerce o cargo de prefeito representa todos, tem que ouvir todos e se relacionar com todos. Vamos todos juntos construir o futuro”, convidou, fazendo alusão, também, ao Pacto pela Paz – que tem como um de seus eixos a prevenção da violência. “Não queremos tirar a liberdade de ninguém, muito pelo contrário. Quem mais morre são jovens da periferia, e as maiores vítimas de assalto a pedestre são os estudantes. Não se trata de um projeto político, mas de uma ideia da qual queremos que a comunidade se aproprie. E para isso precisamos do apoio dos alunos da UFPel”, disse.

Assessor da reitoria do IFSul, e seu ex-reitor, Antônio Carlos Brod lembrou do tempo em que os dirigentes não eram eleitos, mas indicados, e, assim, destacou o compromisso com a comunidade. “Somos servidores públicos, temos que servir ao interesse público e dar retorno ao público”, salientou. Para ele, Pelotas é uma cidade privilegiada por ser polo educacional e possui potenciais a serem desenvolvidos, como o turístico.

De acordo com Brod, as instituições representadas na mesa-redonda – e que são os três maiores orçamentos do município – devem ter o empenho de buscar meios e métodos para desenvolver Pelotas. “Temos inteligência e pessoas preparadas. Não podemos trabalhar só para nós mesmos. Temos que atuar em rede, promover a cidade em todos os sentidos. Temos que ser agentes ativos desse processo”, destacou, lembrando que muitas vezes a parceria não implica recursos financeiros.

O recado final ficou por conta de Muniz, que ressaltou a importância de fazer a diferença no lugar onde se encontra. “Quando se gosta do lugar de onde se vem e de si mesmo, qualquer conhecimento é mola propulsora do desenvolvimento, que não é responsabilidade exclusiva das autoridades. Para que esse conhecimento socialmente construído possa mudar nossa comunidade, não devemos esperar um ‘salvador’. Qualquer projeto de mudança maior começa no teu cotidiano”.

Publicado em 23/11/2017, nas categorias Destaque, Notícias.