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Brasil é 7º em ranking mundial de pesquisas em atividade física

gopa_umO Brasil é o 7º país mais produtivo do mundo em pesquisas sobre atividade física e saúde pública, segundo ranking divulgado nesta sexta-feira (4), em Londres, pelo Global Observatory for Physical Activity (GoPA).

gopa_doisCom informações de 217 países, o ranking tem por base o levantamento mais abrangente já feito sobre a produção científica na área de atividade física e saúde coletiva em nível mundial. A classificação foi elaborada pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), com apoio da Sociedade Internacional de Atividade Física e Saúde.

O líder da lista é Estados Unidos, com 25% das publicações sobre o tema, seguido de Austrália, com 8%, Canadá, com 7% e Holanda, com 4%. Juntos, os quatro primeiros colocados concentram quase 45% das publicações científicas mundiais na área. Brasil, em 7º lugar, e China, em 8º, são os únicos países em desenvolvimento entre os 20 primeiros do ranking.

“No Brasil, a pesquisa tem chamado a atenção da comunidade internacional pela produção de resultados de interesse em saúde pública, como as academias ao ar livre, do projeto Academia da Saúde”, afirma o epidemiologista e diretor do Observatório, Pedro Curi Hallal, da UFPel.

Os dados mostram que 434 cientistas atuam nesse campo de investigação científica no Brasil. 29% estão vinculados a instituições de pesquisa na região Sul, 33%, na região Sudeste, 5%, na região Centro-Oeste, 9%, na região Nordeste e 0,5%, na região Norte. Para cada estrangeiro que publica no Brasil, há aproximadamente três autores brasileiros. Distribuídos em 55 grupos de pesquisa, os autores publicaram 96 artigos científicos em periódicos incluídos no banco de dados do PubMed em 2013. Do total de 80 menções a cidades brasileiras nas afiliações institucionais dos autores dos artigos (independentemente de ser uma ou mais vezes por artigo), a maioria se concentrou nas cidades de Pelotas (n=27; 33,6%), São Paulo (n=14; 17,5%) e Curitiba (n=11; 13,8%).

Para elaborar o ranking, os pesquisadores utilizaram a base de dados do site PubMed, que reúne publicações científicas reconhecidas internacionalmente. O cálculo da contribuição científica por país obteve médias nacionais ponderadas para a publicação de artigos científicos em 2013. Foram também critérios de classificação a quantidade de publicações, número de pesquisadores e de grupos de pesquisa e quantidade de artigos compartilhados entre autores.

Além do ranking da produtividade científica, o levantamento apresenta perfis organizados por país, com informações sobre níveis de atividade física da população e existência de programas públicos de incentivo e monitoramento da atividade física nacional. “São o retrato da atividade física em nível mundial”, descreve o professor da Universidade de Emory (EUA), Michael Pratt, do comitê gestor do Observatório.

De acordo com os dados do Observatório, menos de um terço dos países mantêm pesquisas de vigilância para monitorar os índices de atividade física nacional ao longo do tempo. Ainda, 37 países apresentam planos nacionais específicos para a promoção da atividade física e outros 65 incluem estratégias de atenção à área nos planos de prevenção de doenças crônicas não-transmissíveis e promoção de saúde pública.

Em geral, os índices de inatividade física são maiores nas populações de países de renda alta. Nesse grupo, destacam-se os países que simultaneamente estão entre os mais ativos (níveis de atividade física iguais ou superiores a 70%), têm produção científica na área e mantém planos nacionais de monitoramento e promoção da atividade física. Entre eles, estão o Chile, na América Latina, e a Holanda, na Europa.

Um dos principais fatores de risco para doenças crônicas em nível global, a inatividade física atinge países de renda baixa, média e alta, respondendo por cinco milhões de mortes por ano. Em todo o mundo, aproximadamente 30% dos adultos são fisicamente inativos, com proporções que variam de 17%, no Sudeste asiático, a 43%, nas Américas e no Leste Mediterrâneo.

Com base nos dados do Observatório, quatro dentre os dez países mais ativos do mundo concentram-se nas regiões Sul e Sudeste da Ásia, e cinco dentre os países menos ativos situam-se no continente europeu.

“Estamos trabalhando lado a lado com especialistas, representantes de governos e sociedades nacionais e internacionais de atividade física. Estamos empenhados em fazer com que os perfis de cada país tornem-se ferramenta de avaliação e suporte para ajudar governos, pesquisadores e sociedade a melhorar a saúde mundial através da atividade física”, conclui Hallal.

Sobre o Global Observatory for Physical Activity (GoPA)

O Global Observatory for PhysicalActivity (GoPA) é um conselho da Sociedade Internacional de Atividade Física e Saúde (ISPAH) dedicado exclusivamente ao monitoramento da atividade física em todo o mundo. O conselho iniciou suas atividades em resposta à urgência de ação frente à pandemia mundial de inatividade física, descrita em 2012 na Série sobre Atividade Física da revista The Lancet.

Reunindo pesquisadores, epidemiologistas e formadores de políticas públicas, o grupo produz análise de dados e disponibiliza informações de alta qualidade em atividade física e saúde pública.

Nesse dia 4, o GoPA publicou o levantamento mais abrangente sobre a atividade física no mundo. Com informações de 131 países, a publicação apresenta perfis nacionais sobre pesquisa, vigilância epidemiológica e planejamento governamental na área de atividade física e saúde pública. Disponível em inglês e em mais 26 línguas, os perfis estão disponíveis no site do projeto. “Será o retrato da atividade física em nível mundial”, resume o professor da Universidade de Emory (EUA) e um dos gestores do GoPA, Michael Pratt.

 

Publicado em 04/12/2015, nas categorias Destaque, Notícias.