Epidemiologia da UFPel projeta colaboração internacional em pesquisas sobre o câncer
Novas iniciativas de pesquisa em genética e epidemiologia do câncer serão encaminhadas, após a visita de pesquisadores da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC) e do Instituto Nacional de Câncer (Inca) ao Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), na segunda-feira (4).
Paul Brennan, diretor da Seção de Genética da IARC, baseada em Lyon, e Luis Felipe Pinto, coordenador de Pesquisa do Inca, participaram de reuniões com os epidemiologistas da UFPel, Bernardo Horta e Ana Menezes, para discutir uma nova colaboração internacional entre as instituições. A iniciativa de pesquisa ampliará a investigação de fatores de risco para o desenvolvimento de câncer, utilizando informações genéticas do banco de amostras biológicas das Coortes de Nascimentos de 1982 e 1993 em Pelotas (as coortes consistem em um conjunto de indivíduos que têm em comum um evento, o nascimento, que se deu no mesmo período).
As discussões destacaram o emprego combinado dos campos da genômica e da epidemiologia genética para aprofundar a compreensão das causas genéticas e ambientais do câncer. A proposta é de fazer uso dos dados genéticos já coletados em ambas as coortes e cruzar as informações com dados de exposições a agentes causadores de câncer e comportamentos de risco. “A metodologia e a trajetória de coleta de dados de mais de 40 anos nas coortes de 82 e 93 oferecem um recurso potencialmente inestimável para essa avaliação dos fatores de risco”, afirma Horta.
Histórico de cooperação
Essa não é a primeira vez que a IARC e a UFPel unem-se em uma colaboração científica. Nos anos 1990, pesquisas da UFPel ajudaram a IARC a estabelecer a relação direta entre tabagismo e o desenvolvimento de câncer, particularmente tumores de cabeça e pescoço e doenças pulmonares, como bronquite e enfisema pulmonares. “Essa nova faceta de nossa cooperação com a IARC e o INCA é bastante promissora. Esse esforço colaborativo tem potencial para acelerar nossa capacidade de identificar fatores de risco para o câncer e elaborar estratégias de prevenção mais efetivas”, projeta o epidemiologista da UFPel.