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Extensão Rural é tema de evento na UFPel

Na última sexta-feira (7), a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) realizou a primeira edição do Seminário de Extensão Rural, um evento que teve como objetivo explorar a Extensão Rural sob uma perspectiva crítica e destacar a sua integração ao currículo acadêmico. A abertura do evento contou com a palestra principal do professor da Universidade de la Republica (Udelar), Humberto Tommasino.

A mesa de abertura do evento teve a presença da vice-reitora Ursula Silva, e do pró-reitor de Extensão e Cultura, Eraldo Pinheiro. A palestra do professor Tommasino teve a mediação do professor do curso de Medicina Veterinária, Luiz Filipe Schuch.

Em sua fala, Eraldo destacou que o Seminário representa um desafio de gestão para ampliar o envolvimento da Universidade com a agricultura familiar. “Passamos por diversas dificuldades, dentre elas a pandemia, mas agora estamos dando o pontapé inicial. É uma temática muito importante para a Universidade e, principalmente, para os nossos estudantes que atuam nessa área”, disse.

A vice-reitora ao saudar os participantes e organizadores do evento, falou sobre a importância de incorporar a extensão no currículo acadêmico. “É importante que o estudante na vivência de sua formação possa estar junto à comunidade. Aqui em especial, com a questão do campo, das lidas, da agricultura, da agroecologia, estamos pensando em um contexto de responsabilidade com o planeta, de responsabilidade social e responsabilidade com as pessoas que nem nasceram ainda”, destacou.

Palestra

Intitulada “Extensão Crítica”, a palestra do professor Humberto Tommasino teve início com uma breve apresentação realizada pelo Luiz Filipe Schuch. No decorrer do encontro, Tommasino explicou a teoria da Extensão Crítica, uma proposta que contesta os pensadores que trabalham com o conceito de colonialidade para pensar o mundo, uma ideia de que a civilização ocidental é o ápice do conhecimento humano.

Ao citar autores como Freire, Fals Borba e Bosco Pinto, Tommasino explicou que entre as especificidades da Extensão crítica, está o entendimento de que todos sabem, todos aprendem e todos ensinam. “Os movimentos sociais também são mestres de formação para os estudantes. O saber popular ensina”, exemplificou.

Além disso, o professor destacou que a extensão tem uma contribuição fundamental para a formação, a possibilidade de humanizar a formação dos estudantes e da tarefa docente. “Precisamos repensar a tarefa docente, planejando, executando e avaliando atividades de extensão como parte importante do ato educativo. A extensão não é algo a parte que fazemos no sábado. Além disso, uma questão chave é que os protagonistas da extensão são estudantes”, salientou.

De acordo com Tommasino, a extensão crítica é interdisciplinar por natureza e tem três grandes eixos fundamentais. “Ela é anticapitalista, contra a ideia de competição como vínculo fundamental da espécie humana, sendo a economia popular uma questão chave. Além disso, se coloca contra o patriarcado, não tendo como pensar a extensão sem o aporte dos feminismos. E não tem como pensar a extensão sem o aporte da teoria decolonial”, explicou.

Na sequência, ocorreu a palestra A Curricularização da Extensão nas Universidades: Diálogos e Desafios, com a professora da Udelar, Ayelen Gandolfo, e com a representante do Fórum Nacional de Professoras e Professores de Extensão Rural, Daiane Vargas. Na parte da tarde, foram apresentadas experiências locais de extensão rural.

A palestra completa está disponível no canal da UFPel no Youtube.

Publicado em 10/07/2023, na categoria Notícias.
Marcado com as tags Extensão e Cultura, PREC, Pró-Reitoria de Extensão e Cultura.