“Sua Tese em Três Minutos”: cientistas compartilham pesquisas na 8ª SIIEPE
Pesquisas de doutorado, pelo seu grau de complexidade, demandam comumente quatro anos de dedicação para o seu desenvolvimento. O seu objetivo, na forma de um trabalho acadêmico denominado “tese”, é proporcionar à sociedade conhecimento novo, inédito, em uma determinada área do saber. O desafio proporcionado pela 8ª Semana Integrada de Inovação, Ensino, Pesquisa e Extensão (SIIEPE), na tarde de quarta-feira (19), foi a apresentação, em três minutos, dos resultados de teses de doutorado produzidas na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), para um público alheio à linguagem científica.
O modelo “Sua Tese em três minutos” é o resultado da iniciativa de uma universidade australiana (Queensland) para contribuir com a divulgação da ciência. Acadêmicos em nível de doutorado são convidados ao compartilhamento dos resultados obtidos, de forma concisa, para uma audiência não especializada. Na forma de competição de comunicação, durante a 8ª SIIEPE, 14 pesquisadores expuseram os seus trabalhos de tese no auditório da Faculdade de Agronomia (Faem), no câmpus Capão do Leão.
Três trabalhos foram destacados pela banca avaliadora e um pelo público, que ocupou ao limite o espaço do evento. As pesquisas “Demência: uma questão de tempo”, de Natan Feter (Educação Física); “Compósito Melanina: um novo fotocatalisador sob luz visível, de Daiane Fernandes (Ciência e Engenharia de Materiais); “Respostas Fisiológicas e mecanismos moleculares de memória em plantas de arroz expostas a diferentes estímulos recorrentes e combinados”, Yutcelia Fajardo (Fisiologia Vegetal), conquistaram, sequencialmente, os três primeiros lugares. Já a tese de Sarah Karam, “Saúde bucal: uma questão racial” (Odontologia), foi agraciada pelo voto da audiência: a comunicação reuniu cerca de 20% da preferência.
O primeiro colocado na competição, Natan Feter, que concluiu a sua pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Educação Física da UFPel em 2021, considerou a realização de eventos voltados à comunicação científica como fundamentais para conscientização sobre a função social da Universidade. “É a chance que a gente tem de explicar para a população não acadêmica o que a gente faz. Quanto mais eventos como esse, menor o distanciamento da Universidade com o mundo não acadêmico, maior vai ser a conscientização das pessoas sobre a importância do que a gente faz na Universidade”, avaliou. Os próximos passos de suas pesquisas, centradas na contribuição da atividade física à saúde pública, são os seus benefícios para a cognição, com base no estudo dos hábitos da população em seis cidades brasileiras, ao longo de 14 anos.