UFPel constrói seu novo Projeto Pedagógico Institucional (PPI)
A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) está dedicada a elaborar seu novo Projeto Pedagógico Institucional (PPI). Nesta semana, foram retomadas as reuniões presenciais do comitê que leva a proposta adiante. Em fevereiro, foi iniciada a implementação da etapa 5 da metodologia de renovação do PPI, que contará com seminários de sensibilização com a comunidade acadêmica (rodas de conversa, palestras e live), interlocução com unidades acadêmicas, trocas de experiências com a comunidade interna e externa e análise do conteúdo dos Projetos Pedagógicos de Curso (PPCs). O resultado dessa etapa culminará em uma consulta pública on-line que será realizada ao final deste primeiro semestre.
O PPI é um instrumento político, filosófico e teórico-metodológico que norteia as práticas acadêmicas das Instituições de Ensino Superior (IES), levando em conta sua trajetória histórica, inserção regional, vocação, missão, visão e objetivos gerais e específicos. Assim, busca atender às diferentes necessidades da comunidade acadêmica, às demandas da sociedade e às peculiaridades regionais num contexto global. O PPI vigente foi elaborado em 1991 e atualizado em 2003, sendo evidente, portanto, a necessidade da sua atualização.
O PPI é um dos documentos balizadores da Universidade, que tem como base o Regimento Geral da UFPel e o Estatuto da Fundação, onde são afirmados o caráter público da instituição e constam os aspectos gerais e comuns da estrutura e funcionamento dos órgãos, serviços e atividades da Universidade. A atuação da Universidade também se refere em seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), recentemente atualizado, e no PPI.
O Comitê para ciclo de discussões do PPI foi eleito pela comunidade acadêmica em novembro de 2021.
Caminhada
Em 2014 foi deflagrado o processo de Constituinte Universitária com o intuito de revisar os documentos institucionais, incluindo o Regimento Geral, o Estatuto e o PPI. O processo foi iniciado, os representantes dos segmentos da comunidade interna e externa foram escolhidos, alguns eventos foram realizados, mas por diferentes e diversas circunstâncias o trabalho não foi concluído.
Em 2017, com a mudança da reitoria, a reflexão sobre a necessidade de elaboração de um novo PPI que atenda as necessidades e a realidade atual foi retomada com a constituição de um grupo de trabalho (GT), com representantes das diferentes unidades acadêmicas e áreas do conhecimento, visando organizar o processo de discussão na comunidade. Para tanto, foram realizadas três palestras com temas que abrangeram o papel social da Universidade no atual contexto e a relevância do Projeto Institucional como instrumento de planejamento orgânico e articulado da Universidade para atingir os seus fins.
Após o delineamento da metodologia de trabalho, com vistas a propiciar a participação no processo de elaboração do texto-base e dar continuidade à construção coletiva do documento, foi necessário solicitar ao Conselho Universitário (Consun) a autorização para retirar o PPI do contexto da Constituinte Universitária, referida anteriormente, que tem o papel de atualizar os documentos oficiais da Instituição. A autorização ocorreu no final do ano de 2019.
No início de 2020 a sociedade mundial foi interpelada pela pandemia do Coronavírus, mudando os rumos da vida social, com consequências para todas as áreas que ainda precisam ser mais profundamente analisadas e dimensionadas. Novamente o processo de discussão do PPI foi interrompido, notadamente em decorrência de novas e desafiadoras demandas, sendo em 2021 retomado com nova configuração.
Metodologia participativa para elaboração do PPI
A elaboração de uma metodologia amplamente participativa para a renovação do PPI foi solicitada pelo Gabinete da Vice-Reitoria à Coordenação de Desenvolvimento Institucional Participativo da Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento (CDIP/Proplan). A metodologia foi elaborada tendo como ideias norteadoras a interação interdisciplinar e multissetorial objetivando a participação, a motivação, o engajamento e o comprometimento da coletividade envolvida no processo como entes transformadores.
Estudos de temas relacionados e PPIs de outras instituições de ensino superior embasaram a construção de uma metodologia, ao conhecimento do Gabinete, original. Buscou-se para tanto, a articulação com os públicos internos e externos à UFPel, chamando à participação todas as categorias que compõem a comunidade interna (discentes, docentes, técnico-administrativos em educação e funcionários terceirizados), assim como setores representativos externos à Instituição, incluindo todos e todas que são direta ou indiretamente impactados pelo documento final. A metodologia aprovada pelo Conselho Universitário será, na sua maior parte, executada em 2022. Todas as fases de implementação têm como base o amplo debate e a reflexão crítica, promovendo o engajamento das pessoas através de ações como seminários de sensibilização, conversas temáticas, grupos focais e consulta pública. Para mais detalhes acesse-a na íntegra.
O trabalho de sensibilização para construção de um novo PPI
Em maio de 2021 teve início o trabalho conjunto entre a vice-reitoria da Universidade e suas Pró-Reitorias acadêmicas para o desenvolvimento de ações que buscavam a ampla discussão do PPI. Constitui-se um grupo que tinha por finalidade promover a reflexão crítica construtiva, colaborativa, trans e interdisciplinar acerca da atuação da UFPel por meio de seu PPI, como instância de educação e inserção social; e desenvolver um plano de ação coletivo com a finalidade inicial de debate e constituir o PPI da UFPel, a ser executado e avaliado ao longo do ano de 2022.
Neste sentido durante os meses de maio a junho de 2021 foi realizada a formação deste grupo e, em agosto, desenvolvida a 1º semana de Diálogos Acadêmicos da UFPel, com a proposta de tratar do Projeto Pedagógico Institucional (PPI), com palestras (imagens ao lado).
De agosto a outubro de 2021 foram realizadas, por demanda, visitas às unidades acadêmicas com finalidade de incentivar a realização de 
discussões acadêmicas que proporcionem aproximações e articulações entre as unidades acadêmicas, com seus diferentes cursos de Graduação e de Pós-Graduação, para, em diálogo com as Pró-Reitorias de Ensino, Pesquisa, Extensão, Inovação e o Gabinete da Vice-reitoria, dialogarem a respeito das políticas pedagógicas institucionais de ensino, pesquisa, extensão e inovação. Visitas que expandiram-se para outros fóruns como o Fórum Social, Grupo de Interlocução Pedagógica da UFPel, Câmara Stricto Sensu, Diretório Central dos Estudantes da UFPel, Conselho Municipal de Cultura e servidores terceirizados da UFPel.
Cenário
A UFPel é uma instituição pública e gratuita de ensino superior criada há mais de cinco décadas (Decreto-Lei nº 750/1969), a partir da união de campi universitários fisicamente situados em Pelotas. Uma Reforma Universitária (lei nº 5.540, de 28 de novembro de 1968) agrupou numa só instituição federal de ensino superior cursos antes oferecidos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pela Universidade Federal Rural do Rio Grande do Sul e por instituições particulares. Em mais de meio século de existência, a UFPel experimentou grande expansão e significativa reestruturação, sobretudo no período entre 2008 a 2012, com a adesão ao programa nacional de expansão e reestruturação das universidades federais (Decreto-Lei nº 6.096/2007). Atualmente, se apresenta como instituição de destacado valor público com uma longa lista de contribuições diretas e indiretas ao desenvolvimento regional, ao combate às desigualdades sociais e à excelência em todas as áreas de conhecimento.
Atualmente a UFPel é responsável pela gestão e o desenvolvimento de 98 cursos de graduação. Destes, 94 são cursos presenciais e quatro cursos a distância. Quanto ao grau, a instituição oferece 66 cursos de bacharelado, 25 cursos de licenciatura e sete cursos de tecnólogo.
Com relação aos cursos de graduação a distância, a UFPel mantém em atividade 32 polos vinculados à Universidade Aberta do Brasil (UAB), distribuídos em diferentes regiões do Rio Grande do Sul. Na pós-graduação, são 26 doutorados, 50 mestrados, seis cursos de mestrado profissional e 34 cursos de especialização. Na área da pesquisa, estão em andamento 2.698 projetos, distribuídos em diferentes áreas do conhecimento. Na extensão, 1.735 ações são desenvolvidas através de programas, projetos, cursos, eventos e prestação de serviços voltados para a inserção da Universidade na comunidade local e regional.
Em relação à Inovação Tecnológica, a UFPel é hoje a instituição que mais desenvolve novas tecnologias no Estado do Rio Grande do Sul e uma das 10 maiores do país, totalizando mais de 300 pedidos de patente de invenção, destacando-se como uma das instituições de vanguarda no desenvolvimento de novos produtos e serviços, desenvolvendo parcerias com o setor produtivo, além de possuir uma Incubadora de Base Tecnológica (Conectar) e ser uma das instituições gestoras do Pelotas Parque Tecnológico, entre outras iniciativas na área de inovação e empreendedorismo de base tecnológica. Possui uma Unidade EMBRAPII e têm transferido conhecimento e tecnologia para a sociedade.
