Pesquisa da UFPel e da Furg monitora indicadores de saúde em pacientes pós-Covid-19
Uma pesquisa, de parceria entre as Universidades Federais de Pelotas (UFPel) e Rio Grande (Furg), vem buscando acompanhar a saúde de adultos e idosos que tiveram infecção por COVID-19 e, por meio deste monitoramento, tentará determinar a ocorrência, nesse grupo, de Covid-longa, condição na qual os sintomas da doença se prolongam por um período mais longo, de 12 a 20 semanas.
O estudo tem coordenação da professora Mirelle Saes, da Faculdade de Medicina da Furg, e coordenação adjunta da professora Suele Duro, da Faculdade de Enfermagem da UFPel; possui financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs).
A ideia é realizar quatro mil entrevistas, por telefone, com pessoas diagnosticadas com a Covid-19, por meio do método RT-PCR, entre dezembro de 2020 e março de 2021, tendo sintomas da doença na ocasião da infecção. Por meio desse contato, busca-se saber se houve sintomas persistentes e quais foram eles.
Entre os dados já coletados até o momento, por meio de duas mil entrevistas, observou-se que 92% dos entrevistados ficaram em isolamento durante a infecção e 95% buscaram atendimento no início dos sintomas; no entanto, 20% destes precisou buscar novo atendimento em razão da infecção.
O estudo evidenciou também que mais da metade (52%) dos entrevistados ainda apresenta algum sintoma residual da covid-19 mesmo passadas 12 a 20 semanas da infecção, o que tem sido denominada Covid- longa. Os sintomas mais relatados como persistentes após a infecção são perda de memória (71,5%), perda de atenção (66,5%), alterações cutâneas (39,9%), dor de cabeça (29,9%) e fadiga (27,9%).
As próximas etapas da pesquisa estão previstas para ocorrer em dezembro de 2021 e julho de 2022, tendo em vista que um dos objetivos da pesquisa é monitorar a saúde das pessoas após 12 e 18 meses da infecção.
Apesar de já ter sido alcançada a marca de 50% de entrevistados, as entrevistas via telefone, segundo a coordenadora adjunta, tem sido um desafio, pois muitas pessoas não atendem e outras tantas têm medo de responder em função do grande número de golpes aplicados via telefone ultimamente.
Com os dados desse estudo, espera-se contribuir para a organização dos serviços de saúde, especialmente os de atenção primária, para atender a essa nova demanda, de indivíduos que após a infecção têm sintomas residuais, piorando a qualidade de vida e aumentando a busca por serviços de saúde.