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GDISPEN apresenta análise dos 6 meses de COVID-19 em Pelotas

Os pesquisadores do GDISPEN apresentam uma análise dos 6 meses da pandemia em Pelotas, RS, usando como base os dados divulgados diariamente pela prefeitura municipal. O primeiro caso confirmado de COVID-19 em Pelotas foi registrado no dia 25/03/2020 e o primeiro óbito no dia 20/06/2020. Completou-se 6 meses de epidemia na semana epidemiológica (SE) 39 (SE 39: 20 a 26/09), e por este motivo a análise dos dados é realizada até o último dia da SE, dia 26/09.

Percebe-se que a epidemia segue crescendo na cidade, tendo 4.080 casos confirmados de COVID-19 em 26/09. Na SE 39, foram notificados 435 novos casos, o maior número semanal registrado nos 6 meses de epidemia em Pelotas, com uma média de 62 casos por dia (média na SE 38: 55 casos; na SE 37: 56 casos; na SE 36: 54 casos por dia). A incidência por 100.000 habitantes é de 1.171.

Em 26/09, a cidade de Pelotas tem 122 óbitos por COVID-19, uma média de 1 óbito por dia na SE 39 (média na SE 38: 1,7; na SE 37: 1,3; na SE 36: 2,6 óbitos por dia).  A mortalidade por 100.000 habitantes é de 35,6 óbitos e a taxa de letalidade é de 3%.  A redução no número de óbitos pode indicar um início de declínio da curva epidêmica. Precisa-se acompanhar as próximas semanas para podermos afirmar com certeza que estamos em declínio nesta curva.

Atualmente Pelotas tem 2.977 pessoas recuperadas (74%) e 981 casos ativos (23%).

Analisando a ocupação dos leitos nos hospitais da cidade, observa-se nos gráficos que o pico de internações em UTI e enfermaria ocorreu na SE 34, nos dias 18 e 19/08. Após este período tem-se um decréscimo na ocupação de leitos.  Cabe destacar que além dos casos de óbito e alta para leitos de enfermaria, o município está adotando um protocolo de transferir pacientes de COVID-19 considerados como não infecciosos, de leitos de UTI específicos da doença para leitos de UTI geral.

Nas figuras a seguir tem-se a evolução da epidemia na cidade, em formato de infográfico.

Na figura 1:

  • casos e óbitos acumulados, recuperados e ativos;
  • o perfil dos infectados (até 22/09) aponta novamente os profissionais da saúde como o grupo mais afetado pela COVID-19 em Pelotas com 625 casos (17,81%), seguido do grupo dos aposentados que registraram alta nas notificações e que somam 491 pessoas (13,99%);
  • porcentagem de casos confirmados por região da cidade (em 22/09): a região do Fragata tem a maior porcentagem de casos;
  • casos confirmados por 100.000 habitantes por região administrativa da cidade (em 22/09): a região Centro possui a maior incidência de casos;
  • óbitos por semana epidemiológica: recorde na SE 36 com 18 óbitos;
  • casos por semana epidemiológica: recorde na SE 39 com 435 casos;
  • óbitos confirmados por sexo: 55% do sexo masculino (66 óbitos) e 47% do sexo feminino (56 óbitos).

Na figura 2:

  • casos e óbitos diários com média móvel de 7 dias;
  • mobilidade no mês de setembro: média de 42%;
  • ocupação dos leitos de UTI exclusivos COVID: média de 23 leitos ocupados por dia em setembro;
  • ocupação dos leitos de enfermaria exclusivos COVID: média de 30 leitos ocupados por dia em setembro;
  • Rt por incidência: valor atual de Rt=1,06.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Este estudo tem finalidade puramente acadêmica e científica, mostrando a grande aplicabilidade da modelagem matemática em problemas reais. As discussões, opiniões, ideias e publicações geradas a partir dos resultados do modelo utilizado são de autoria dos respectivos autores, e não necessariamente representam aquelas das instituições a que estes pertencem.

Responsáveis: Daniela Buske, Régis Sperotto de Quadros, Glênio Aguiar Gonçalves

Gráficos iterativos: Gustavo Braz Kurz