Hospital Escola desenvolve equipamentos para combate ao Coronavírus
Profissionais do Hospital Escola (HE UFPel), em parceria com professores do curso de Física da Universidade Federal de Pelotas, estão desenvolvendo equipamentos para auxiliar a assistência hospitalar no combate ao Coronavírus. Dois projetos já foram executados e outros dois estão em fase de projetos e desenvolvimento.
Um dos que já estão disponíveis para uso é o armário para esterilização de máscaras N95 com tecnologia UVC, um equipamento desenvolvido para utilizar a radiação de lâmpadas ultravioleta para a esterilização de máscaras. Conforme estudos científicos, esse é um dos métodos mais eficazes para a letalidade de vírus e bactérias por processo não-destrutivo. O projeto contou com a colaboração de professores do curso de Física da UFPel e equipes das Unidades de Engenharia Clínica, Saúde Ocupacional e Segurança do Trabalho e do Setor de Infraestrutura do HE. “Estamos apenas aguardando a compra de um sensor de radiação para iniciar o uso”, esclareceu o engenheiro clínico, Cleiton Garcia.
O outro que já está em utilização na ala Covid-19 – e tem previsão de serem feitos outros cinco iguais para suprir a demanda dos novos leitos – é o aspirador de secreções, projeto desenvolvido pela Engenharia Clínica em conjunto com o Setor de Infraestrutura do HE. “Trata-se de um carrinho adaptado com uma bomba de vácuo e um frasco de coleta para ser utilizado em leitos que não possuam sistema de vácuo”, detalha Garcia. O equipamento possui um filtro para tratamento do sistema de exaustão, impedindo assim a contaminação dos profissionais de saúde com aerossóis. O equipamento foi montado com verbas de doações feitas através da Fundação Delfim Mendes Silveira. De acordo com a fisioterapeuta Camilla Benigno Biana, que participou da fase de testes do aspirador, o aparelho desenvolvido na instituição é tão eficiente quanto o sistema de vácuo disponível na maioria dos leitos e ainda melhor que o aspirador portátil que já era usado antes. “Com a criação do aspirador da engenharia melhorou muito a qualidade do procedimento, visto que a não remoção adequada de secreções compromete a função respiratória podendo atrasar a recuperação do paciente”, enfatizou a fisioterapeuta da ala Covid-19, Ana Carolina Juliani.
A câmara de desinfecção por ozônio é outro projeto que está sendo desenvolvido pelas engenharias do HE em parceria com um colaborador independente da cidade de Encruzilhada do Sul, Ezequiel Vicente Couto. Trata-se de um túnel com passagem para pessoas, que dispara jatos de ozônio, gás que é considerado um dos mais letais para vírus e bactérias, usado no mundo todo para descontaminação de superfícies. “A ideia é que os profissionais ao passarem pela câmara tenham uma redução significativa da carga viral presente nos trajes, reduzindo assim a possibilidade de contaminação”, explicou Garcia.
Outro projeto em desenvolvimento é um robô para descontaminação de ambientes. Utilizando lâmpadas UVC, o projeto conta com a tecnologia ultravioleta para a descontaminação de ambientes como elevadores, vestiários, banheiros e unidades de internação. Como se trata de uma fonte que requer todos os cuidados no manuseio, alguns sensores devem estar presentes para garantir que nenhum ser humano esteja no ambiente durante os poucos minutos de descontaminação. O projeto está em fase inicial e também conta com a colaboração dos Engenheiros Clínico, Mecânico, Civil e de Segurança do Trabalho, do Físico do Hospital Escola e dos professores da Física da UFPel.