Relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) tem participação de professor da UFPel
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) lançou nesta terça-feira, 01, em Washington, o relatório Sociedades justas: Equidade em saúde e vida com dignidade, durante o segundo dia de reuniões do 57º Conselho Diretor da OPAS. O documento apresenta doze recomendações para reduzir as desigualdades em saúde no continente americano, com exemplos de políticas, programas e ações coordenadas entre governos, organizações transnacionais e sociedade civil.
O trabalho é fruto da Comissão sobre Equidade e Desigualdades em Saúde nas Américas, criada pela OPAS, em 2016, para analisar o impacto dos fatores que influenciam a saúde e, ao mesmo tempo, propor políticas em direção a sociedades mais equitativas. O grupo reúne doze especialistas, entre eles, o professor emérito da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e coordenador do Centro Internacional de Equidade em Saúde, Cesar Victora.
As ações propostas tem por alvo principal a relação entre saúde e fatores sociais, identificados como os principais determinantes das disparidades na região – dentro de um mesmo país ou entre as nações. De acordo com o relatório, aspectos como posição socioeconômica, etnia, gênero, orientação sexual, condição de deficiência, migração — individualmente ou combinados entre si – estão relacionados com efeitos desiguais que atingem populações da infância à velhice. Para se ter uma ideia, na Bolívia, a taxa de mortalidade até os cinco anos para crianças indígenas é mais de três vezes maior que a de crianças não indígenas. Já a expectativa de vida para as mulheres, por exemplo, no Haiti, é de apenas 66 anos, enquanto para as mulheres, no Canadá, é de 84.
O documento chama a atenção, também, para o papel de fatores estruturais, como a mudança climática, ameaças ambientais e a relação de comunidades com a terra, sobre os padrões de saúde de grupos populacionais.