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Pesquisa aponta perfil dos calouros da UFPel

Estudo realizado com mais de dois mil ingressantes, do primeiro semestre de 2016, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) está traçando um perfil do calouro da Instituição. O trabalho foi feito pelo Grupo de Estudos em Epidemiologia da Saúde Bucal, EPI-Bucal (fotos), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia, e mostrou, entre outras informações, que a média de idade é de 22,4 anos, variando de 16 a 73 anos.

Entre os estudantes, três quartos se autodeclarou branco, quase 60 por cento possuíam renda familiar superior a R$ 2,5 mil e cerca de 70 por cento eram advindos de escolas públicas. Quarenta e quatro por cento são de Pelotas, sendo 80 por cento do Estado do Rio Grande do Sul. Entre os de fora do RS, a maioria vem do Sudeste do País, revelou o estudo.

Entretanto, observam os pesquisadores, diferenças marcantes são encontradas quando o grau de concorrência do curso via Sistema de Seleção Unificado (Sisu) é considerado.  Nos cursos mais concorridos, como Medicina e Odontologia, existe uma presença três vezes maior de indivíduos mais jovens quando comparados aos cursos de menor concorrência. “Os indivíduos brancos de alta renda se concentram prioritariamente nestes cursos mais concorridos”, ressaltam.

O mesmo ocorre para o grupo de estudantes negros que, embora presentes em menor número na Universidade, tem os indivíduos de maior renda concentrados nos cursos mais concorridos.

De maneira surpreendente, sublinham os pesquisadores, estar em cursos mais procurados não teve relação com o tipo de escola do ensino médio, pública ou privada.

Os resultados revelaram também importante demanda por auxilio assistencial. Dois terços declararam necessitar de auxílios, como transporte, alimentação e moradia.

Impactos

O Grupo de Estudos pretende acompanhar essa população ao longo da sua vida acadêmica, para que se possa medir os impactos que essas condições possam ter no desempenho e na permanência dos estudantes na UFPel.

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, a taxa de escolarização da educação superior no Brasil vem evoluindo e a parcela de pessoas que frequentam a educação superior representa quase 30 por cento da população brasileira, na faixa etária de 18 a 24 anos. “Conhecer o perfil dos estudantes e medir o impacto no desempenho acadêmico deve estar entre as prioridades de instituições de ensino superior”, defendem os realizadores da pesquisa.

Uso de drogas

Quanto ao uso de drogas lícitas, o estudo observou que 40 por cento dos alunos consumiram pelo menos uma vez na vida derivados do tabaco e aproximadamente 85 por cento ingeriram bebida alcoólica pelo menos em uma oportunidade.

Relativamente a drogas ilícitas, 38 por cento fizeram uso de pelo menos um tipo delas. A maconha foi a droga mais relatada, com 35 por cento dos universitários já tendo experimentado, seguida dos alucinógenos (dez por cento), anfetaminas (oito por cento) e cocaína (seis por cento).

Saúde Bucal

No estudo, foram feitas questões sobre o uso de serviços odontológicos e autopercepção de problemas bucais. “Apesar de quase a totalidade dos estudantes já terem ido ao dentista, apenas 30 por cento faz uso regular de serviços odontológicos”, registra o levantamento.

Com relação à percepção sobre doenças bucais, 67 por cento relataram ter tido cárie dentária. Destes, 25 por cento tiveram seus dentes extraídos devido à cárie. Além disso, 31 por cento disseram ter sentido alguma dor dentária nos últimos seis meses e metade relatou que suas gengivas sangram às vezes ou ao escovar os dentes.

Publicado em 28/06/2017, nas categorias Destaque, Informes Acadêmicos, Notícias.