Ocupação da Reitoria: Reunião de negociação busca saída espontânea dos manifestantes
Na tentativa de construir uma saída negociada com os estudantes, visando a desocupação espontânea da área administrativa da Reitoria, localizada no Bloco B, interditada pelo movimento desde a manhã desta segunda-feira(22), foi realizada na manhã desta terça-feira uma nova reunião, com a participação de uma comissão de negociação, composta por integrantes da Administração Superior da UFPel, e por representantes dos estudantes e pelas direções da Asufpel e Adufpel, convidadas pela Administração para atuar como mediadores.
Representando a gestão, participaram a vice-reitora, Denise Gigante; a pró-reitora de Assuntos Estudantis, Ediane Acunha; o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Luciano Agostini; a pró-reitora de Extensão, Denise Bussoletti; e o pró-reitor de Gestão de Pessoas, Sérgio Wotter. Na abertura do encontro, foi feito um relato do esforço da Administração em obter o entendimento dos manifestantes quanto à arbitrariedade representada pelo tolhimento do acesso aos ambientes de trabalho da Reitoria. Foi manifestada também a intenção da gestão em sair dessa mesa de negociação sem criminalizar o movimento ou qualquer um dos seus membros.
Segundo a vice-reitora, não restou outra alternativa aos gestores do que a medida judicial que busca a reintegração de posse, uma vez que o reitor poderia ser até mesmo responsabilizado por uma eventual omissão, uma vez que é de sua obrigação manter abertas as portas dos setores administrativos. A Administração disse compreender o fechamento do local no fim de semana, por uma questão de segurança dos alunos que estavam lá, no entanto esse argumento se esgotou diante da permanência da interdição dos ambientes na segunda-feira.
A proposta apresentada foi no sentido de estabelecer uma Comissão Permanente de diálogo, com representantes da gestão, de moradores da Casa dos Estudantes e das entidades representantes da comunidade acadêmica, para tratar de assuntos relacionados à moradia estudantil, dando transparência a todos os encaminhamentos definidos. Os estudantes exigem o pleno conhecimento do cronograma sobre a licitação do condomínio estudantil e total transparência nos assuntos relacionados à gestão da Universidade. Outros pleitos, que incluem a concessão de bolsa de R$ 200,00 aos residentes na Casa de Estudantes e questões pontuais como melhorias na alimentação servida nos RUs, entre outras, foram também apresentadas, mas o apelo da Administração é que não fiquem vinculadas à desocupação, mas que façam parte da pauta da Comissão Permanente.
Por sua vez, a pró-reitora de Assuntos Estudantis, Ediane Acunha, justificou a limitação de maiores investimentos pela limitação de recursos. Segundo ela, do orçamento de R$ 10 milhões disponibilizado à Pró-Reitoria, R$ 8 milhões são consumidos com assistência direta. “Se os dez pontos básicos do PNAES não estão sendo atendidos pela UFPel, não é diferente nas outras universidades. Os recursos são muito pequenos para atender todas as necessidades”, enfatizou. Ediane citou conquistas como a quarta refeição, mas admitiu que é preciso avançar no atendimento das demandas, especialmente no espaço de transição até o novo condomínio estudantil.
Os representantes do movimento presentes no encontro se dispuseram a submeter ao restante do grupo as propostas acordadas, condicionando a desocupação da Reitoria a uma decisão unânime dos manifestantes.
A Administração lembrou que o prazo para a reintegração de posse expira às 18 horas, mas que, contudo, o processo está nas mãos do juiz, que poderá ordenar a desocupação a qualquer momento.
Foi acordada uma nova reunião para as 17h, visando a conclusão do processo de negociação.