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Antena da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo é instalada na UFPel

Uma antena da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo (RBMC) está sendo instalada no Campus Capão do Leão da UFPel. O equipamento se presta a todos utilizadores de Sistemas GPS no Brasil e no mundo, é de extrema importância para as redes de cadastro urbano e rural na região sul do País e serve à navegação, além de fortalecer muitos aspectos da pesquisa, desde a meteorológica, passando pela automação agrícola, até o vínculo com sistemas de referência globais. Técnicos do IBGE avaliaram as benfeitorias realizadas na UFPel visando receber a antena e estão instalando o equipamento.

Os professores Rogers Pereira, Sérgio Leal Fernandes, Suélen Huinca, Fioravante Jaeckel dos Santos e Rodrigo Rizzi, do setor de Geomática do Departamento de Engenharia Rural da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (Faem), vêm trabalhando incessantemente, desde dezembro, pela instalação da antena em Pelotas. O esforço surtiu efeito e a antena está sendo colocada no prédio do IFM (Instituto de Física e Matemática), em colaboração com o professor Alfredo, da área de Solos, com a Pró-Reitoria Administrativa, a Reitoria, o IBGE e o Incra.

Sobre a RBMC
Conforme informa o site do IBGE, a utilização da tecnologia GNSS (Global Navigation Satellite System) provocou uma verdadeira revolução nas atividades de navegação e posicionamento. Os trabalhos geodésicos e topográficos passaram a ser realizados de forma mais rápida, precisa e econômica. À medida que as técnicas de posicionamento evoluem, diversas aplicações em tempo real e pós-processado têm surgido, tornando o papel da RBMC cada vez mais amplo.

Nas aplicações geodésicas e topográficas do GNSS está implícita a utilização do método relativo, isto é, ao menos uma estação de coordenadas conhecidas é também ocupada simultaneamente à ocupação dos pontos desejados. As estações da RBMC desempenham justamente o papel do ponto de coordenadas conhecidas pertencentes ao Sistema Geodésico Brasileiro (SGB), eliminando a necessidade de que o usuário imobilize um receptor em um ponto que, muitas vezes, oferece grandes dificuldades de acesso. Além disso, os receptores que equipam as estações da RBMC são de alto desempenho, proporcionando observações de grande qualidade e confiabilidade.

Caracterização
As estações da RBMC são materializadas através de pinos de centragem forçada, especialmente projetados, e cravados em pilares estáveis. A maioria dos receptores da rede possui a capacidade de rastrear satélites GPS e GLONASS, enquanto alguns rastreiam apenas GPS. Esses receptores coletam e armazenam continuamente as observações do código e da fase das ondas portadoras transmitidos pelos satélites das constelações GPS ou GLONASS.

Cada estação possui um receptor e antena geodésica, conexão de Internet e fornecimento constante de energia elétrica que possibilita a operação contínua da estação.

As coordenadas das estações da RBMC são outro componente importante na composição dos resultados finais dos levantamentos a ela referenciados. Nesse aspecto, a grande vantagem da RBMC é que todas as suas estações fazem parte da Rede de Referência SIRGAS (Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas), cujas coordenadas finais têm precisão da ordem de ± 5 mm, configurando-se como uma das redes mais precisas do mundo. Outro papel importante da RBMC é que suas observações vêm contribuindo, desde 1997, para a densificação regional da rede do IGS (International GPS Service for Geodynamics), garantindo uma melhor precisão dos produtos do IGS – tais como órbitas precisas – sobre o território brasileiro.

Operação

A operação das estações da RBMC é totalmente automatizada. As observações são organizadas, ainda na memória do receptor, em arquivos diários, correspondendo a sessões iniciando às 00h 01min e encerrando às 24h 00min (tempo universal), com intervalo de rastreio de 15 seg.

Depois do encerramento de uma sessão, os arquivos com as respectivas observações são transferidos do receptor para o Centro de Controle da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Sistemas GNSS – RBMC – Kátia Duarte Pereira, na Coordenação de Geodésia (Rio de Janeiro-RJ). A partir deste ponto são criados novos arquivos em formato padrão RINEX2, nos quais é realizado um controle de qualidade das observações. Em seguida os arquivos de dados RINEX2 e as órbitas transmitidas são compactados e disponibilizados na área de download do portal do IBGE.

Publicado em 01/07/2013, na categoria Notícias.