Encerramento do I Simpósio de Gênero e Sexualidade trata sobre Educação
A tarde de sexta-feira (20) foi de encerramento do I Simpósio de Gênero e Diversidades, organizado pelo Observatório de Gênero da UFPel, iniciado no dia 18, quarta-feira. O assunto abordado na mesa redonda da tarde foi Gênero e Educação e teve como colaboradoras as doutoras Aline Cunha (UFRGS), Paula Regina Costa Ribeiro (FURG) e Nancy Cardoso, da Comissão Pastoral da Terra. A mesa foi mediada pela doutora Jenice Mello, do Instituto Federal Sul-riograndense (IFSul).
Dando início à conversa, a professora Nancy explanou uma apresentação nomeada “A Ciência não é uma moça de costumes fáceis”, sobre a representação feminina nas ciências no âmbito educacional. Ela diz que “é necessário radicalizar com o gênero em todas as áreas do conhecimento”. Durante sua fala, ela mostrou alguns dados sobre o número de pesquisadores comparando a quantidade de homens e mulheres nas ciências. Obviamente, a diferença continua muito grande em algumas áreas como as ciências da terra. A pesquisadora ainda completa dizendo que “o gênero masculino acaba contaminando as ciências, pois é maioria e é socializado na escola, fazendo com que a metade da classe não se enxergue nas metáforas.” Ela esclarece que não há uma ciência superior porque é feita por mulheres, mas que é necessário o debate de gênero nas escolas.
A professora Aline Cunha explanou sua pesquisa intitulada “Falando com Florisbela”, que trata sobre os processos educativos de mulheres em penitenciárias brasileiras e argentinas e em bairros da periferia de Rio Grande e Porto Alegre. A pesquisadora constatou que nas práticas educacionais, os alunos da Educação de Jovens e Adultos são convidados a falarem sobre suas vivências cotidianas, mas que esses relatos não mudam as práticas de ensino, que são sempre infantilizadas e distantes da realidade. Uma alternativa a esses métodos de ensino é o artesanato, por ter tempo e espaços flexíveis que contribuem para a participação de mulheres adultas, no caso da pesquisa. Além disso, também há a possibilidade de as alunas trocarem vivências e aprendizados entre elas e as monitoras.
Para terminar a tarde, a professora Paula Regina, do Grupo de Pesquisa Sexualidade e Escola, apresentou alguns métodos de formação de professores e professoras para abordar gênero em escolas. Uma das experiências mostradas foi o vídeo curso Educação para a Sexualidade, feito pela FURG em parceria com instituições públicas. Segundo a professora, o objetivo do curso online é tratar das temáticas de gênero e sexualidades e como tratar disso em diversos lugares. Além disso, a professora apresentou também a disciplina Gênero e Sexualidade nos Espaços Educativos, que “é ofertada para toda a comunidade acadêmica da FURG, pois entendemos que espaços educativos não são somente as salas de aula.”
Após as apresentações, foi estabelecido um momento de falas e perguntas da plateia, encerrando assim o I Simpósio de Gênero e Sexualidades da UFPel.