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Em meio à pandemia, Capes amplia o corte de bolsas de pesquisa

No momento em que o país mais precisa da ciência, tecnologia e inovação para combater a epidemia do novo coronavírus, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes) publicou no Diário Oficial da União, nesta quarta-feira (18), uma portaria que altera novamente os critérios de distribuição de bolsas para os programas de pós-graduação. Com a nova metodologia, a UFPel terá uma redução de cerca de 15% nas bolsas de pesquisa.

De acordo com o coordenador de Pós-Graduação da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (PRPPGI), Rafael Vetromille-Castro, a Universidade foi surpreendida pelo envio do Ofício Circular 7∕2020 – GAB∕PR∕CAPES que modificou os pisos e tetos de corte sem nenhum anúncio prévio ou negociação com Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e Diretório Nacional de Pró-Reitores.

O coordenador explica que o número total de bolsas de cada Programa de Pós-Graduação em 2020 não foi alterado, ou seja, a soma das cotas do curso (aquelas que o Programa pode gerenciar) e das cotas de empréstimo (aquelas que possuem alunos vinculados mas que serão retiradas do Programa após a defesa do estudante) não mudou. “Entretanto, as cotas da maioria dos PPG’s diminuíram, aumentando o número de cotas de empréstimo. Na prática, a CAPES cortou bolsas, diminuindo a capacidade de gerenciamento de bolsas e novas concessões e anunciando cortes a posteriori”, informa.

O pró-reitor de Pesquisa, Pós Graduação e Inovação, Flavio Demarco, explica que a UFPel, havia aumentado em 3,1% e 2,6% o número total de bolsas de Mestrado e Doutorado, respectivamente, com o processo de redistribuição anunciado pelas Portarias 19, 20 e 21/2020. “Contudo, esta metodologia nem entrou em vigor. A Capes editou esta Portaria e, sem conversar com ninguém, em menos de um mês já revogou e ampliou o teto de corte”, disse.

Com a nova metodologia a UFPel teve o número de bolsas de Mestrado e Doutorado reduzido em 7,8% e 7,5% (Mestrado e Doutorado, respectivamente). Além disso, as cotas de bolsa destinadas para a Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação utilizar prioritariamente para estudantes de ações afirmativas foram zeradas. “Temos programas que perdem todas as bolsas, como o Programa de Meteorologia”, destaca Demarco.

De acordo com o pró-reitor, o governo resolve ampliar os cortes de bolsa em um momento de pandemia, em que os países que estão lidando melhor com a crise são os que mais investem em ciência. “A ciência e a tecnologia são a nossa salvação. Já estamos sofrendo um processo de cortes desde 2019, isso agrava ainda mais o sistema de pós-graduação e de pesquisa no Brasil. A medida afeta diretamente uma geração de pesquisadores que podem contribuir para o desenvolvimento do país. Além disso, há uma evasão de cérebros com a ida de jovens cientistas brasileiros para outros países. O cenário é muito desalentador”, aponta.

A Andifes e o Diretório Nacional de Pró-Reitores seguem tentando reverter a medida que não permitiu nenhum movimento de planejamento dos Programas de Pós-Graduação e das Pró-Reitorias.

Confira os documentos encaminhados pela Capes:

Oficio_Circular_1166067_SEI_CAPES___1166034___Oficio_Circular

Relatorios_UFPEL-18-03-2020

Relatórios_PROEX_UFPEL-18-03-2020