Vigilância é tema de diálogo da reitoria com sindicatos
Representantes do Sindicato dos Vigilantes de Pelotas e Região (Sindvigipel), do Sindicato dos Servidores Técnico-Administrativos (Asufpel), da Associação dos Docentes (Adufpel) e do Diretório Central de Estudantes (DCE) estiveram na reitoria da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) nesta sexta-feira (21) para externalizar receios relacionados ao desligamento de funcionários terceirizados na área de vigilância.
O grupo trouxe uma série de questionamentos ligados à medida e manifestou o desejo de se envolver em alternativas que minimizem o impacto dessa providência. A reitoria, por sua vez, explicou as motivações para a atitude, considerada de difícil decisão, e falou sobre os estudos realizados com o intuito de otimizar os serviços prestados com o mínimo de prejuízo às pessoas.
A coordenadora da Asufpel, Maria Tereza Fujii, e o presidente do Sindvigipel, Marcelo Puccinelli Alves, destacaram a preocupação de que a Universidade fique fragilizada em sua segurança com a diminuição de postos de trabalho dos vigilantes. “Sabemos que há dificuldade financeira, mas gostaríamos de negociar soluções”, disse Alves.
O grupo foi recebido pelo vice-reitor, Luís Amaral, e pelos pró-reitores de Planejamento e Desenvolvimento, Otávio Peres, e Administrativo, Ricardo Peter.
A reitoria alertou que as informações que vêm circulando nas redes sociais sobre a vigilância nos prédios da UFPel é falsa e irresponsável. De acordo com a gestão, conteúdos sobre segurança não são tornados públicos justamente para evitar qualquer exposição desnecessária.
Ao mesmo tempo em que observa as restrições financeiras da Universidade, a reitoria pondera que o reajuste no efetivo já vinha sendo analisado desde o início do ano e está ligado a uma questão de adequação do serviço – havia locais onde não era necessária a vigilância permanente. Ou seja, o orçamento é um agravante, mas a intenção é a racionalização do gasto do dinheiro público.
Os representantes da reitoria observaram, ainda, que, para tomar a decisão de forma responsável, foi criado um plano gestado pela equipe de técnicos em segurança da UFPel e debatido com cerca de 300 trabalhadores – que, reforçam, assegurará a proteção necessária para a comunidade acadêmica. “Foi um estudo aprofundado, feito com cautela, com visitas in loco e estudos de contratos, para avaliar o que se poderia fazer. O plano foi feito para manter a segurança”, destacou o pró-reitor Administrativo. Com os ajustes feitos nos contratos, quase R$ 1 milhão foi recuperado para minimizar os desligamentos. Ao mesmo tempo, câmeras de segurança já existentes estão sendo instaladas para servirem de apoio aos vigilantes.
A presidente da Adufpel, Fabiane Tejada, pontuou a necessidade fazer um enfrentamento à precarização de serviços. “É um momento muito delicado e precisamos, juntos, reverter esse quadro terrível”, disse.
Segundo o vice-reitor, a Universidade está aliada ao pleito da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) pelo vigilante de carreira – cargo para o qual o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão não permite abrir concurso público. O dirigente também reforçou o compromisso em batalhar por uma universidade pública, gratuita e socialmente referenciada. Exemplos disso são a participação ativa na comissão de orçamento da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e o diálogo diário com a área de orçamento do Ministério da Educação (MEC). “A interlocução para a recomposição orçamentária tem sido forte. Temos que recolocar a UFPel no seu lugar”, afirmou o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento.
Veja a nota de esclarecimento sobre vigilância universitária lançada pela reitoria.