Exposição reúne obras de formandos de Artes Visuais
“DES/ARTiculações Extemporâneas” é a ultima exposição da galeria A Sala, localizada no Centro de Artes da UFPel, no ano de 2018. A mostra reúne formandos de 2017 dos cursos de bacharelado e licenciatura em Artes Visuais.
A exposição coletiva traz trabalhos dos artistas e pesquisadores que possuem uma diversidade de interesses e expressam de diferentes maneiras suas ideias. O desafio proposto ao grupo, que se reuniu somente para essa atividade, era pensar o espaço e seus trabalhos nele.
Os artistas Cibele Gil, Elivelto Souza, Rafael Zé, Kathleen Oliveira, Maurício Ploenals e Tarla Roveré articularam pensamentos e produções para reunir suas proposições e apresentar para o publico um conjunto coerente entre espaço e proposta. Assim, DES/ARTiculações Extemporâneas traz em seu conceito a ausência de coesão de ideias e a diferença como problemática de algo que ocorre fora do momento que se almeja, articuladora instaurada para a arte e para a vida.
A mostra abre nesta terça-feira (18), às 19h, e permanece até dia 14 de março. A galeria A Sala fica localizada no bloco 1 do Centro de Artes, na rua Alberto Rosa, 62.
Elivelto Souza
O trabalho explora o farol, uma torre elevada que emite intensa luz e sinal sonoro, guia os navios e aviões durante a noite. Sua luz, que se direciona às estrelas ou tempestades, oferece proteção. O som da sirene atravessa as tempestades, seus raios salvam a vida das naves e dos marinheiros. Do mesmo modo, do que seria capaz uma percepção-farol? Nos proteger e proteger as coisas do mundo?
Kathleen Oliveira
Mostra Rasto da costura, o corpo do caminhante registra os eventos transcorridos do seu deslocamento, suas sensações físicas e psicológicas. É através do seu olhar sobre outros caminhar, que procura ver o que passou, o que aconteceu, o que tocou, o que ficou. “A estrutura física do território reflete-se sobre o corpo em movimento (CARERI, 2012, p.133)”.
Maurício Ploenals
Apresenta Célula Autônoma de Manejo Sustentável Urbano, uma performance- instalação que consiste mostrar registros da ação que ocorre em ambiente urbano, onde a figura percorre por entre o trânsito a procura de árvores frutíferas. Sobre um dispositivo de prolongamento dos membros inferiores. A indumentária proporciona o alcance as copas das árvores, facilitando assim a colheita de alimentos na cidade. A proposição sugere um desvio na escala do corpo em relação ao espaço construído, buscando uma interação direta com a paisagem.
Rafael Zé
Apresenta Pinturas Grotescas Metáforas, como modelo de pensamento que ocorre durante os processos pictóricos do espaço desconhecido e profundo, escuro e frio. Pinturas de monstros, seres que habitam grutas, que se escondem em cavernas imaginárias. Grotescos, exagerados, desproporcionais. Com uma representação exacerbada do corpo que projeta um monstro na tela. Da pintura, literatura, cinema, televisão. São muitos os suportes em que encontramos referências aos monstros imaginários. Recorre a diferentes tipos de imagens para reformar imagens. Precisa delas para pintar. Trabalha através do procedimento de apropriação e releitura dessas imagens pré-existentes com as quais edito fotomontagens que são os modelos para as pinturas.
Tarla Roveré
Apresenta um corpo institucional através de uma fotografia performática, uma reflexão e experimentação do corpo com o a escola, ressignificando o olhar e a existência no espaço de formação. Mas foi surpeendida por uma opressão e um controle institucional que eu mesma já carregava dentro de si e das suas experiências. Levou estas experimentações, então, para o espaço da universidade, a qual frequenta há cinco anos e mudou muito o olhar e visão de mundo para a vida. Porém, a solidão, a repressão e a opressão ainda se presentificam no seu corpo e no cotidiano formativo. A escola-prisão e a anatomia política de Foucault (1975) seguida da sociedade de controle de Deleuze (1992) estão presentes nesta obra. O trabalho conta com colaboração fotográfica de Lucas Galho.