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UFPel e Comitê de Desenvolvimento do Loteamento Dunas assinam protocolo de intenções

Reitora da UFPel, representantes da PREC e do CDD

O vínculo entre a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e a comunidade do bairro Dunas e arredores, em Pelotas, ganhou força na manhã desta quinta-feira, 24. Em encontro no Gabinete da Reitoria, a reitora da UFPel, Isabela Andrade e os coordenadores-gerais do Comitê de Desenvolvimento do Loteamento Dunas (CDD), Luan Cunha, Michel Knuth e Simone Martins, firmaram um protocolo de intenções entre as instituições.

O documento estabelece bases de cooperação recíproca entre a Universidade e o CDD e prevê a promoção e realização de atividades que conectem o ensino, a pesquisa e a extensão desenvolvidos pela UFPel às necessidades e saberes da comunidade do bairro Dunas. Dentre as ações possíveis, estão previstos projetos de pesquisa e desenvolvimento, cursos, simpósios, encontros científicos e técnicos, ações de aprimoramento e desenvolvimento de produtos, processos e serviços tecnológicos, projetos voltados à cooperação internacional e captação de financiamento junto a agências e organismos nacionais e internacionais.

A reitora Isabela Andrade agradeceu a confiança da comunidade na instituição e falou sobre a importância de formalizar a parceria com o CDD, já que o protocolo de intenções, pelas possibilidades de atuação previstas, amplia o potencial de entrega e troca entre a UFPel e a comunidade. “A assinatura do protocolo mostra que temos a intenção, o interesse e a disponibilidade em aproximar, ainda mais, nosso trabalho da comunidade do Dunas. O protocolo é fundamental para que possamos aprimorar nossas ações, alinhadas aos interesses da comunidade, mostrando que a Universidade é para todas as pessoas”, destacou.

Reitora da UFPel e coordenador-geral do CDD assinam protocolo

 

Articulação de saberes

No processo de construção do protocolo de intenções, a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PREC) e o CDD trabalharam no mapeamento das demandas da comunidade, para entender quais já são atendidas por ações e projetos e quais ainda precisam de atenção da Universidade. “É um momento histórico para formalizar essa parceria e buscar mais coesão entre as diversas ações que já existem. Buscamos entender melhor as demandas da comunidade do Dunas, por meio do diálogo dos saberes populares e acadêmicos. Não é um pacote pronto de projetos para dizer o que é importante para a comunidade, é ouvir as pessoas e construir um projeto importante para a comunidade”, explicou Catia Carvalho, chefe de Mapeamento e Inventário em Extensão da PREC.

O desenvolvimento da extensão enquanto articulação de saberes, desde a definição de quais projetos serão criados até sua execução junto à comunidade, é um objetivo central nas atividades da PREC. Eleonora Santos, coordenadora de Arte, Cultura e Patrimônio da PREC, explica que esse “é o tipo de trabalho que se busca desenvolver, colaborando especialmente na transformação da percepção do sentido da extensão e da atuação da Universidade junto à sociedade”. 

Do lado da comunidade, Simone Martins, coordenadora do CDD, pontuou que a relação que as pessoas desejam ter com a UFPel passa, obrigatoriamente, por terem seus anseios considerados. “Nós enquanto atuantes, moradores do bairro, conhecemos a comunidade. Vivo lá há 38 anos, sei qual é a demanda e a angústia de cada pessoa. É esse o trabalho, de trazermos para a Universidade as demandas e o olhar da comunidade. São essas relações que gostaríamos de criar com a UFPel, de um diálogo aberto”, afirmou.

 

CDD e o desenvolvimento comunitário

O Comitê de Desenvolvimento do Loteamento Dunas foi criado há 27 anos e se consolidou como referência na organização social comunitária de bairros em Pelotas. Junto às mais de 30 mil pessoas que moram no Loteamento Dunas e arredores, no bairro Areal,  são desenvolvidas atividades como projetos de formação, assistência social, saúde, esportes, culturais, oficinas e parcerias com várias instituições. A infraestrutura do CDD conta com biblioteca, cozinha comunitária, quadra esportiva e lojas comerciais para empreendimentos de economia criativa.

O CDD é uma organização não-governamental (ONG), coordenada por moradores do bairro e sobrevive da captação de recursos via projetos. Por esse motivo, parcerias como o protocolo de intenções firmado com a  UFPel são essenciais para as atividades desempenhadas. “Sempre tivemos a parceria com a UFPel, a expectativa é ampliar com outros projetos. A ligação da periferia com a universidade precisa acontecer e crescer cada vez mais”, afirma Luan Cunha, coordenador do CDD.


Reportagem por Gabriela Silva – Jornalista/CCS
Fotos por Gabriel Medeiros – Estagiário de Jornalismo/CCS