Progep alerta sobre estresse no fim de ano
No mês de dezembro muitas pessoas tendem a refletir sobre a passagem do ano, sendo comum que diferentes sentimentos sejam experienciados diante de uma análise sobre o que foi possível ou não de ser alcançado. Este tradicionalmente é considerado um período de fechamento, no qual existe uma expectativa pela resolução de pendências em diversos âmbitos de nossas vidas (pessoal, familiar, profissional, etc.). Podemos citar, por exemplo, a finalização do ano escolar dos filhos, o fechamento de metas/projetos e balanço de atividades no campo profissional, a organização das confraternizações e das férias e o planejamento para o próximo ano. É um mês em que as pessoas geralmente estão envolvidas em múltiplas tarefas.
A proximidade das datas comemorativas também pode trazer à tona lembranças de quem já não está mais presente ou de como eram as celebrações em outros momentos, fazendo surgir sentimentos de nostalgia. Além disso, muitas vezes, com a agitação própria do período, o cansaço acumulado e a iminência das férias, pode ser mais difícil tolerar a rotina, o que se traduz em maior impaciência para lidar com as questões cotidianas.
Todos esses fatores podem contribuir para o aumento dos sintomas de estresse, ansiedade e depressão nesta época do ano. É o que se tem chamado de “síndrome de fim de ano”.
Além dos sintomas psicológicos, a “síndrome de fim de ano” pode favorecer o aparecimento de sintomas psicossomáticos, que são aqueles sintomas físicos que surgem em resposta a um sofrimento psíquico (dor de cabeça, alterações gástricas, insônia, etc.), ou o agravamento de condições preexistentes, uma vez que provoca a liberação dos hormônios do estresse em nosso organismo.
Apesar desse mal-estar ser geralmente transitório, relacionado a essa época do ano, é importante estarmos atentos às nossas emoções e a como reagimos a elas, de modo a atenuar a angústia e preservar a saúde mental. A Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progep) separou algumas dicas para lidar com o estresse e a tristeza no fim do ano:
– Mantenha as atividades que lhe fazem bem
Ainda que a rotina esteja corrida, não abandone as atividades que lhe são prazerosas. Momentos de lazer, prática de hobbies, esportes ou atividade física propiciam a liberação de neurotransmissores associados ao bem-estar psíquico, sendo estratégias importantes para lidar com o estresse. Procure equilibrar os compromissos com atividades relaxantes, como ouvir uma música, assistir um filme, fazer uma caminhada, pedalar, enfim, coisas simples podem ser muito eficazes.
– Seja flexível
Evite fazer uma avaliação rígida sobre suas realizações do ano, é natural que na vida as coisas não aconteçam com a linearidade que, muitas vezes, gostaríamos, e que adaptações no meio do caminho sejam necessárias. A autoreflexão é importante, mas pode ser feita com generosidade e autoacolhimento, reconhecendo devidamente as conquistas e considerando o que pode ser melhorado. Em relação às expectativas para o ano novo, algumas projeções podem ser úteis para lhe guiar em direção aos seus objetivos, mas tenha cautela, dê preferência aos planos de curto prazo, exequíveis e flexíveis. Na prática, 1° de janeiro é mais um dia no calendário, então não precisamos nos preocupar em projetar o ano inteiro, nem nos culpar por aquilo que não foi possível concretizar até o momento. É importante reconhecermos que com a pandemia enfrentamos períodos críticos, que impactaram nossas vidas, e diante do momento de transição que vivenciamos, nossas estratégias necessitam, por vezes, ser repensadas. Portanto, a flexibilidade é essencial. Aproveite para reconhecer e/ou relembrar suas qualidades, habilidades e recursos internos para lidar com as adversidades, renovando a motivação e a esperança para começar o novo ano.
– Acolha suas emoções e ressignifique as experiências
Se você se sente triste ou incomodado nesse período de festividades, não anule seu sentimento, acolha-o, valide suas emoções e, a partir de então, busque construir um novo significado para as experiências desta época do ano. Talvez você possa criar novas tradições que lhe façam mais sentido, dedicar um tempo para si próprio, para se distrair ou descansar, e, se for o caso, elaborar a saudade, conversando com pessoas próximas sobre o que sente, resgatando as lembranças positivas ou construindo novas experiências prazerosas.
– Viva o presente
Pensar constantemente em coisas que já aconteceram ou poderão acontecer é um grande desencadeador de angústia. Além disso, muitas de nossas preocupações estão voltadas para coisas que não podemos determinar. Por isso, é importante focar nas ações possíveis, naquilo que está no nosso controle. Viva e valorize o presente, viva cada momento do seu dia com atenção plena.
Para concluir, chegamos ao fim de mais um ano, mas não de um ano como outro qualquer, 2022 foi repleto de desafios e descobertas. Fomos desafiados a retornar às atividades presenciais, reestruturando nossa dinâmica de trabalho, de estudo, nosso dia a dia, e descobrimos mais uma vez sobre nossa capacidade de adaptação. Para todos nós, de alguma maneira, esse ano foi uma experiência de reinvenção: da nossa rotina, das nossas habilidades e/ou das nossas relações sociais e afetivas.
É natural que tenhamos encontrado e ainda encontremos dificuldades nessas adequações e retomadas. Por isso, é importante estarmos atentos aos nossos sentimentos e às sinalizações das nossas dificuldades e termos um olhar sensível e empático para o nosso(a) colega, professor(a) ou aluno(a). O cuidado com o bem-estar de toda a comunidade acadêmica é fundamental para que consigamos ultrapassar esse momento atípico. Portanto, se cuida, não descuide de quem está perto de ti e se precisar de auxílio, busque a Coordenação de Saúde e Qualidade de Vida na Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas, para ajudá-lo(a) a lidar com esse processo.