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Sustentabilidade e Bem-Estar são debatidos no Seminário da Semana de Museus

A Rede de Museus da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) promoveu, de 02 a 05 de maio, seu Seminário da Semana de Museus. A iniciativa esteve ligada à 21ª Semana Nacional de Museus, que aborda o tema “Museus, Sustentabilidade e Bem-Estar”.

O evento teve na programação mesas-redondas, oficinas e comunicações de trabalhos com o tema dos museus como núcleos culturais em todos os seus aspectos, em contínuas relações dialógicas com as comunidades e suas tradições e que discutam sustentabilidade, bem-estar, permanências, singularidades e inovações no campo museal.

Na abertura do encontro, a presidenta do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Fernanda Santana Rabello de Castro, abordou o tema da 21ª Semana dos Museus. Primeira mulher a liderar o Ibram, Fernanda destacou em sua fala a questão da sustentabilidade. A gestora dialogou com a plateia sobre cinco dimensões: social, econômica, cultural, ambiental e política. A convidada falou sobre como o Instituto, nesta nova gestão, se colocará frente aos desafios do momento, em que é necessário retomar o trabalho depois de um longo período do que considerou um desmonte do Instituto e das políticas públicas para o setor dos museus desde 2016. A presidenta destacou ainda a importância das parcerias para o desenvolvimento do setor e a relevância de instituições como a UFPel, que possuem um setor organizado e profissionais preparados.

Políticas para Museus
Na mesa “Políticas para Museus”, participaram o pró-reitor de Extensão e Cultura da UFPel – à qual a Rede de Museus é vinculada -, professor Eraldo dos Santos Pinheiro, e a professora do Departamento de Museologia, Conservação e Restauro da UFPel, Nóris Leal. O pró-reitor enfatizou os movimentos que a UFPel fez nos últimos anos em relação aos museus, como sua centralização no entorno da Praça Coronel Pedro Osório, a criação da Rede de Museus, a criação de protocolos para o funcionamento de um museu e as diversas ações de consolidação no segmento. Dentre elas, Pinheiro destacou a qualificação dos espaços já existentes e a criação de novos, em especial os virtuais. Além disso, o gestor aludiu à competência de técnicos e professores na área, o que reflete no planejamento e política dos museus da UFPel. “Os museus universitários também são laboratórios e têm extrema importância para a formação dos nossos estudantes e aproximação com a comunidade. Ao mesmo tempo, abrem frentes para a divulgação do que a gente faz dentro da Universidade e também para as relações interinstitucionais que nós temos através das oportunidades de pesquisa, de desenvolvimento de protocolos e aproximações com outras instituições”, disse.

A professora Nóris falou sobre a Política de Museus da UFPel. Fazendo um resgate histórico das áreas de Museologia, Conservação e Restauro, e Memória Social e Patrimônio Cultural na UFPel – cuja convergência, na graduação e na pós levaram a Universidade a um ineditismo no país -, a docente salientou que esse desenvolvimento levou ao aumento de espaços, processos e projetos museológicos na instituição. Essa característica, explica, trouxe à Universidade a necessidade de pensar uma política para o segmento, documento que passará por todas as instâncias da UFPel para ser aprovado. Isso, segundo Nóris, mostra efetividade na área e reconhecimento no país, visto que muitas redes de museus existem nas universidades brasileiras, porém são poucas as que estão nesse caminho de institucionalização. “Isso nos transforma numa referência. Muito a gente ainda tem para caminhar, mas já fizemos muito. É um processo longo”, falou, fazendo referência a restrições de pessoal e recursos. “São discrepâncias que a gente precisa ainda melhorar, tanto para que esses museus possam ser laboratórios mais efetivos para os nossos alunos quanto para que a gente preste um serviço melhor para a nossa comunidade, de Pelotas e região, e para turistas”, disse.

Museus e Fomento
Na mesa de encerramento, “Museus e Fomento”, participaram a professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Márcia Bertotto, e Joel Santana da Gama, que assumirá a coordenação do Departamento de Difusão, Fomento e Economia dos Museus (DDFEM) do Ibram. Os convidados salientaram o lugar do fomento como estímulo para a existência dos espaços museais e o financiamento como o caminho para a manutenção desses espaços, além de, no caso do futuro integrante do Ibram, compartilhar as perspectivas das diferentes coordenações, em termos de difusão, fomento, geração de receitas próprias e economia para o investimento no campo patrimonial e museológico para este e os próximos anos da gestão federal.

Representações

A reitora da UFPel, Isabela Fernandes Andrade, acolheu os participantes e abriu oficialmente o evento. Também estiveram presentes o secretário municipal de Cultura, Paulo Pedrozzo; a coordenadora da Rede de Museus da UFPel, Eleonora Campos da Motta Santos;  o diretor do Instituto de Ciências Humanas, Sebastião Peres; o diretor do Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo, Lauer Santos – na ocasião representando o diretor do Centro de Artes, Carlos Soares –; o diretor do Instituto de Biologia, Luiz Fernando Minello, e as representantes da comissão organizadora do evento, Andréa Bachettini e Annelise Montone.