Delegado da Polícia Federal reúne-se com dirigentes da UFPel para tranquilizar sobre ataques
Após participar de encontro com a gestão central da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o delegado da Polícia Federal em Pelotas Robson Robim participou, na tarde de sexta-feira (14) de reunião com diretores e chefes de núcleos administrativos de unidades acadêmicas e dirigentes de unidades administrativas para dialogar. A ideia era, a partir de informações colhidas pelas forças de segurança pública, tranquilizar a comunidade universitária sobre as ameaças de ataques a instituições de ensino.
Abrindo o evento, a reitora Isabela Andrade relatou que a administração da Universidade tem recebido diversas dúvidas e questionamentos sobre a conduta da instituição em relação ao tema. Por isso, segundo ela, foi proposta essa segunda vinda do delegado à UFPel, para tratar do assunto com um grupo ampliado de dirigentes, dessa vez.
De acordo com Robim, por mais que tenha acontecido um aumento na violência nas escolas nos últimos anos, o que está ocorrendo no momento é uma desconexão entre a sensação de insegurança e os fatos que se apresentam. O delegado contou que os serviços de inteligência das polícias estaduais e federal têm se dedicado a investigar o assunto de diversas formas e que tudo aponta para uma situação de normalidade.
Citando o ataque ocorrido em uma creche de Blumenau (SC), o delegado esclareceu que, apesar de ser uma situação triste e revoltante, este foi realizado por uma pessoa em surto psicótico que não estava ligada à comunidade escolar: “Não foi um jogo, não foi um desafio, não havia uma rede por trás disso”.
Na opinião de Robim, o raciocínio mais correto a ser aplicado neste momento é o de conter, com os meios disponíveis, esse processo coletivo de desespero, pois, para ele, é o processo de construção de civilidade que constrói a sensação de segurança. “Há que circular um antídoto para as notícias falsas que circulam”, afirmou. Além disso, o delegado ainda destacou que qualquer instauração de um estado policial, com um reforço inadequado do policiamento ostensivo ou a instalação de barreiras, não causaria efeitos positivos à sociedade.
Questionado sobre a conduta a ser adotada caso alguma situação suspeita se imponha, Robim respondeu que a meta é organizar o ambiente até que as áreas especializadas em segurança possam agir. Enquanto isso, conforme orientação do delegado, é necessário ficar atento para possíveis desdobramentos de modo a evitá-los ou interrompê-los. Intervindo, a reitora Isabela lembrou, ainda, que existe uma orientação e um protocolo de segurança emitidos pela Universidade, cuja existência é muito anterior a essa atual situação de sensação de insegurança.