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Higienizador Eco-Mãos: projeto do CEng auxiliará no retorno de atividades presenciais

O retorno das atividades acadêmicas presenciais na Universidade Federal de Pelotas ainda não tem uma data certa, mas já conta com um grande aliado para a prevenção do contágio da covid-19. E o melhor: é um projeto desenvolvido por estudantes, professores e técnicos do Centro de Engenharias.

O higienizador Eco-Mãos consiste em uma pia móvel feita a partir de um material industrial reaproveitado. A adaptação é realizada com uma cuba, uma torneira, compartimento para armazenamento de sabão e, dependendo da sua versão, depósito de água potável e de água já utilizada.

Inspirado em um projeto semelhante desenvolvido pela Universidade Federal de Rio Grande (FURG), a primeira versão do equipamento foi produzida ainda nas primeiras semanas da pandemia. Até então, a ideia é que a pia fosse portátil, para ser utilizada em estruturas temporárias destinadas a atendimento de pacientes com suspeitas de covid-19 ou em outros pontos de grande concentração de pessoas. Por isso, a primeira versão não dependia de eletricidade externa ou entrada e saída de água e esgoto.

Desde essa época, outras duas versões foram elaboradas: a 2.0 já trouxe acesso à água, esgoto e energia elétrica; já a atual, a 3.0, conta com pia de aço inox e uma unidade de controle que permite o carregamento de uma bateria, que, em caso de queda de eletricidade, dá uma autonomia de três horas ao equipamento.

No entanto, segundo o coordenador do projeto, o professor Elmer Gamboa, os planos não param por aí. Algumas possibilidades levantadas pela equipe são de utilizar painel solar e reutilização da água, de forma a permitir maior autonomia, e de interligar as unidades, para que saiba-se o status de funcionamento ou a necessidade de reposição de insumos. “O último modelo está bem pensado para permitir evoluções”, pontua o docente.

O funcionamento é muito simples: quando o usuário se aproxima do equipamento, um sensor detecta a sua presença; após o acionamento de um comando com os pés, o sistema começa sua sequência – primeiramente uma pequena porção de água molha as mãos, para depois ser liberado o sabão, quando inicia-se um período de 20 segundos para a desinfecção, ao passo que, quando o tempo finaliza, água é liberada para o enxágue. Todo o processo é sinalizado por LEDs, que indicam as etapas a serem cumpridas para uma higienização correta.

A diretora do Centro de Engenharias, Isabela Andrade, se mostra muito satisfeita com a utilização da iniciativa da unidade acadêmica no auxílio ao retorno das atividades presenciais da UFPel: “Queria que o CEng colaborasse de alguma forma”. Já são quase dez Higienizadores Eco-Mãos distribuídos entre diversos prédios da Universidade, como a própria Cotada, onde se localiza o CEng, o Campus 2 e a Casa do Estudante. Estima-se que o aparato tenha o custo de R$ 850,00; porém, tanto o Centro de Engenharias quanto a Administração Central da UFPel contribuíram com materiais para a sua confecção.

Atividades acadêmicas voltadas para a prática

O planejamento e a execução do higienizador acabaram por unir forças dentro do Centro de Engenharias. Além dos próprios servidores da unidade e dos bolsistas, disciplinas de vários cursos direcionaram suas ações para o desenvolvimento do aparelho, entre eles Engenharia de Automação e Controle, Engenharia de Produção e Engenharia Sanitária e Ambiental. “Foi um encontro de diferentes pessoas, que integrou muita gente”, comemora a diretora.

Uma das disciplinas envolvidas foi a de Gamboa: partindo dos ensinamentos das aulas teóricas, os estudantes os colocaram em prática, desenvolvendo a placa que controla o funcionamento do higienizador. “Mesmo os alunos que estão em outros estados colaboraram com o desenvolvimento do Eco-Mãos”, conta o professor.

Racquel Knust, acadêmica do Centro de Engenharias, destaca que o processo acabou trazendo para sala de aula a possibilidade de trabalhar em um projeto real, não apenas simulado: “Ainda não tinha visto um maquinário ser construído na prática”. Um dos aprendizados, segundo ela, é o das dificuldades existentes no processo de desenvolvimento: “Nem tudo sai perfeito de primeira”.

Além disso, empresas externas também colaboram: a Freedom, indústria vizinha ao Campus Porto, é a responsável por fazer o acabamento estético dos tonéis.

Projetos de Ensino e Extensão também são fruto da iniciativa. Na 6ª Semana Integrada de Inovação, Ensino, Pesquisa e Extensão da UFPel, foram apresentados três trabalhos, sendo que um deles acabou sendo destaque.

A nominata dos servidores e estudantes que participam do desenvolvimento do Higienizador Eco-Mãos pode ser vista no documento a seguir: Alunos_Funcionarios_participantes do projeto Higienizador Eco-Mãos

Publicado em 09/12/2020, nas categorias Destaque, Notícias.
Marcado com as tags Centro de Engenharias, coronavirus, Ensino, Extensão.