Projeto propõe lista brasileira de morbidades
O Grupo Brasileiro de Estudos sobre Multimorbidade (GBEM) inicia projeto para proposição de uma lista brasileira de morbidades, a ser utilizada em estudos sobre multimorbidade, vários problemas de saúde numa mesma pessoa. A primeira atividade ampliada será uma oficina que ocorrerá no dia 10 de julho, em Cuiabá, dentro da programação do 15° Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade.
Apesar das evidências existentes sobre a ocorrência e os impactos negativos da multimorbidade nos indivíduos e nos sistemas de saúde, não existe uma lista sobre quais doenças, morbidades e condições devem ser incluídas na definição do problema. A criação da lista poderá promover maior padronização e comparabilidade entre os estudos realizados, principalmente os de cunho epidemiológico.
A oficina será coordenada pelos fundadores do grupo, Bruno Nunes (UFPel), Doralice Cruz (FSP USP) e Sandro Rodrigues (UFG) e é a etapa inicial do projeto que deverá ser encerrado até o final do ano. Assim, após a organização do produto dessa primeira oficina, será realizada consulta online a pesquisadores, profissionais de saúde e sociedades científicas a fim de obter, por meio de consenso, quais serão as morbidades a serem incluídas na lista. Por fim, uma segunda oficina será realizada para apresentação dos resultados e divulgação da lista.
Para Bruno Nunes, professor do Programa de Pós-graduação em Enfermagem da UFPel, a elaboração da lista é uma etapa fundamental para o entendimento da área. “Não pretendemos determinar como os pesquisadores definem a multimorbidade e sabemos que as listas, por si só, apresentam fragilidades. Mas, consideramos que a lista a ser proposta pode contribuir para aumentar, de forma mais ágil, o conhecimento produzido sobre multimorbidade”, diz.
Doralice Cruz, pesquisadora da Faculdade de Saúde Pública da USP e técnica da Atenção Básica na Prefeitura do Município de São Paulo, afirma que a maior agilidade vai ao encontro das necessidades de planejamento dos gestores. E Sandro Rodrigues observa que a realização dessa oficina no evento traz grandes contribuições para o objetivo do evento. Segundo ele, “o Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade é um espaço fértil para que sejam feitas várias contribuições a esse processo, construindo-se uma lista participativa baseada na experiência dos profissionais das equipes de Atenção Primária”.