Evento de acolhida enfatiza inclusão e diversidade
“Nada sobre nós sem nós”. Essa foi a linha condutora do evento de acolhida promovido pela Coordenação de Inclusão e Diversidade da UFPel e de seus núcleos componentes, voltado especialmente para ingressantes negros, indígenas, quilombolas e com deficiência. As atividades tomaram espaço no Campus 2 da UFPel e ocorreram na terça (23) e quarta-feira (24).
A temática, baseada no artigo do “pai da inclusão no Brasil”, Romeu Kazumi, deu a tônica para todas as atividades, que buscaram criar espaços para trocas, partilhas de experiências e ações culturais diversas. Além da representativade de todos os núcleos formadores da CID – Núcleo de Acessibilidade e Inclusão, Núcleo de Ações Afirmativas e Diversidade e Núcleo de Gênero e Diversidade – na elaboração da acolhida, outro fato foi a grande participação dos estudantes no processo de criação. De acordo a organização, nenhum evento, ação ou política sobre diversidade pode ser realizado sem a presença e a discussão dos grupos dos quais tratam.
Também a acolhida foi espaço para o acolhimento de estudantes de Ensino Médio de duas escolas da rede pública de ensino de Pelotas, a Escola Amílcar Gigante e o Ginásio do Areal. A ideia, segundo o coordenador de Inclusão e Diversidade, Alexandre Marques, é a de que os jovens pudessem se sentir à vontade para perceberem sua potencialidade e quebrarem o pensamento de que não tem possibilidade de ingressar na UFPel: “Alguns alunos da periferia creem que não têm espaço, de que a universidade não é para eles”.
Durante a mesa de abertura, o reitor da UFPel, Pedro Curi Hallal, destacou o trabalho conjunto dos núcleos que compõem a CID, ressaltando o histórico de cada uma, surgido em diferentes tempos e locais, mas reunidos nessa estrutura a partir da sua gestão. O dirigente da Universidade lembrou também as políticas já pensadas e levadas adiante na área, tais como o aumento de vagas para quilombolas e indígenas e pessoas com deficiência, a reserva de vagas na pós-graduação e a disciplina transversal sobre gênero. Ele pontuou que o desafio atual, após o sucesso das políticas de acesso, reside na permanência dos estudantes em vulnerabilidade.