Cineclube Zero Quatro exibe curtas sobre universo feminino
Dando continuidade à mostra “Elas no Cinema Brasileiro”, o Zero Quatro Cineclube exibe neste sábado (16) os curtas-metragens “A Entrevista”, dirigido por Helena Solberg, e “Trabalhadoras Metalúrgicas”, dirigido por Olga Futemma.
No primeiro, a cineasta Helena Solberg dialoga, no ano de 1966, com mulheres da classe média abordando assuntos sobre a relação casamento, virgindade, submissão ao marido, aspirações além do casamento e as contradições na educação que receberam de seus pais. Sem serem identificadas, as entrevistadas expressam suas insatisfações, dúvidas e angústias, enquanto vão desconstruindo o idealismo romântico do casamento.
Já na segunda obra, nos são apresentadas as condições de trabalho das mulheres na indústria metalúrgica em 1978: o curta é realizado a pedido do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, mas se coloca além das intenções do sindicato, problematizando o papel da mulher na família e na sociedade em geral.
O Cineclube ocorre sempre aos sábados, às 16h, com sessões gratuitas e abertas à comunidade. A abertura ocorre 30 minutos antes do início da sessão. O Cine UFPel fica localizado na rua Álvaro Chaves, 447.
A Entrevista (Helena Solberg, documentário, 1966, 19min) Classificação Indicativa: 14
SINOPSE: Em cena, uma noiva se prepara para o dia do casamento. Em off, moças da classe média carioca relatam suas experiências e impressões sobre virgindade, casamento, sexo e política. Em plena ditadura, Helena Solberg faz sua estreia no cinema questionando os padrões de feminilidade e relacionando, pela montagem, as questões da opressão feminina com a repressão militar vivida pelo país.
Trabalhadoras Metalúrgicas (Olga Futemma e Renato Tapajós, documentário, 1978, 17min) Classificação Indicativa: 14 anos
SINOPSE: Trabalhadoras metalúrgicas faz parte do conjunto de filmes realizados sob a influência das grandes greves do ABC, no final dos anos 1970. Um dos tesouros mais valiosos e invisíveis do cinema brasileiro, aborda a desconhecida participação feminina no processo das greves e também as condições de trabalho das mulheres empregadas na indústria metalúrgica de São Bernardo do Campo. Escrito e dirigido por Olga Futemma em parceria com Renato Tapajós, o filme parte da realização de um congresso de mulheres metalúrgicas e é imantado pelas vozes das trabalhadoras, que o convertem em território de expressão.