UFPel e Embrapa celebram o Dia do Bioma Pampa neste domingo (17)
Dotado de belezas naturais e únicas no planeta, o Bioma Pampa é dos mais antigos e guarda características exclusivas. Para chamar atenção sobre essa riqueza, o Instituto de Biologia da Universidade Federal de Pelotas (IB/UFPel) e a Embrapa Clima Temperado promovem, neste domingo (17), na praia do Laranjal, atividades para celebrar o Dia do Bioma Pampa. As ações começam às 15h30min e serão realizadas na área do Trapiche.
Além de mateada, será servido um bolo comemorativo aos presentes, com direito a conversas, “causos”, e um show musical. Também será feito um debate entre os presentes sobre Projeto de Emenda Constitucional que propõe a patrimonialização do Bioma Pampa.
Como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tem o tema “Biomas Brasileiros e Defesa da Vida” na Campanha da Fraternidade em 2017, haverá na atividade uma benção especial sobre o Bioma Pampa, que será proferida por Dom Jayme Chemello, bispo emérito de Pelotas.
O Bioma Pampa localiza-se exclusivamente Rio Grande do Sul, alcançando 176.496 km2. Entretanto, como uma área internacional, também irmana Uruguai, Argentina e Paraguai, atingindo uma amplitude de 750 mil km2.
Esses campos têm por peculiaridade sua notável diversidade de gramíneas (são mais de 450 espécies), numa riqueza que dispensa a inserção de outras vegetações. O gado encontra, desta forma, alimento de altíssima qualidade e valor nutricional. Comparativamente, pode-se asseverar que estes pastos são as “florestas” gaúchas, exatamente pelo motivo que a região não possui qualquer adensado florestal. “Ou seja, em outras palavras, cabe-nos defender e preservar esta característica única. Destruí-la seria o equivalente a um ‘desmatamento’”, alerta o diretor do IB, professor Althen Teixeira Filho.
Além disso, explica, o solo vigoroso torna a região grande produtora de grãos. Entretanto, também há regiões com elevações, como a bela Serra do Sudeste, que guarda características próprias de grandiosidade e imponência admiráveis.
Cultura, saberes, tradições populares e culinária locais são reconhecidas em todo o mundo. Assim o são a figura do gaúcho e seu cavalo, os aprendizados que a própria história ensinou, os difundidos “Centros de Tradição Gaúcha” e também, mas não menos importante, o saboroso carreteiro e inigualável churrasco. “Entretanto, nosso Pampa é um dos biomas menos protegidos, sendo o segundo mais degradado no país”, afirma.
De acordo com o diretor, os monocultivos, pastagens exóticas, lavouras de árvores e incremento de processos minerários têm ocasionado acelerada degradação ambiental e redução da qualidade de vida do pampeano. Em 2008, restavam tão somente 36% de vegetação nativa e míseros 3% de áreas protegidas.
De acordo com o professor, a participação da comunidade será importante para dar visibilidade ao tema e como elemento de propagação da cultura pampeana.
Saiba mais sobre a Patrimonialização do Bioma Pampa aqui: PATRIMONIALIZAÇÃO BIOMA PAMPA