UFPel sedia 40º Encontro Nacional de Casas de Estudantes
De 31 de julho a 6 de agosto, cerca de 650 moradores de casas de estudantes de várias universidades do país reuniram-se em Pelotas para o 40º Encontro Nacional de Casas de Estudantes (ENCE). As mesas de discussão e oficinas ocorreram no Campus Anglo e no prédio da antiga AABB. O encontro recebeu auxílio da UFPel, através, principalmente, do Gabinete da Reitoria, da PRAINFRA e do RU, que se empenharam em obter toda a infraestrutura necessária para que os estudantes pudessem ter um espaço produtivo para o debate. Foram fornecidas salas para alojamento, alimentação completa no RU, transporte entre os prédios, material gráfico, além de ser disponibilizado ônibus para atividades culturais.
O encontro, que teve como tema “A educação que temos versus a educação que queremos: o Movimento de Casas de Estudantes – MCE e a Luta por políticas públicas em tempos de crise”, foi dividido em Grupos de Discussões (GDs) e de Trabalhos (GTs) com assuntos transversais como Álcool e Drogas, Sexualidade, Questões de diversidade, gênero, racismo, religiosidade, entre outros. Entre as atividades do evento, destacou-se o ato público em que o grupo saiu às ruas reivindicando pautas nacionais como a questão da acessibilidade, por exemplo.
Durante a semana, os estudantes discutiram temas relacionados a políticas de assistência estudantis e a atual conjuntura política do país, entre outros assuntos relacionados à vida dos estudantes moradores de casas estudantis. Além disso, durante o evento ocorreram oficinas e intervenções artísticas e culturais no prédio do Anglo. “A ideia é discutir quem é o indivíduo, que mora em casa de estudantes”, explica Monique Landelli, estudante da UFPel e membro da comissão organizadora.
Segundo Monique, a participação das universidades foi bastante expressiva, com a presença de seis delegações da Bahia, três de São Paulo, uma do Rio de Janeiro, da Paraíba, Pernambuco, de Minas Gerais além das delegações do Rio Grande do Sul. “Está sendo muito bom, bem produtivo. Espero que possa trazer algo para o crescimento político do movimento e da universidade”, afirma Landelli.
Antigas e novas reivindicações
Uma das temáticas mais abordadas durante o 40º ENCE foi a questão da acessibilidade. Segundo Lilian Barbosa, estudante da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), esta é uma pauta bastante importante porque ainda existem muitos problemas relacionados a acessibilidade dos estudantes, não só dos cadeirantes, mas dos surdos, dos deficientes visuais entre outros. Além disso, ela aponta para outro problema enfrentado pelos moradores de casas de estudantes que é a questão da burocratização dos auxílios. “O estudante que vai morar em casa de estudante, é porque não tem dinheiro, durante as férias, dificilmente possuem condições de ir para suas famílias, mas precisam comprovar atividade para poder obter o auxílio durante as férias […]”, destaca Lilian.
Poline Pacheco, da UFPel, ressalta a necessidade de se pensar as questões de transporte, acessibilidade, permanência, assistência estudantil, infraestrutura e mobilidade para todos os estudantes, principalmente os mais vulneráveis. “Os espaços não são acessíveis, a cidade não tem acessibilidade, se a pessoa vai alugar uma casa, a casa também não é acessível”, aponta Poline.
O Encontro Nacional de Casas de Estudantes é um evento deliberativo. Os temas tratados no evento são discutidos pelos representantes de cada casa e suas pautas encaminhadas de acordo com as necessidades próprias de cada local.