Museu das Coisas Banais completa um ano organizando lembranças
Preservar lembranças através de um acervo virtual. Há um ano o projeto Museu das Coisas Banais, vinculado a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), vem contribuindo através de um acervo digital em formato de fotografia e narrativas, para uma das práticas mais intrínsecas ao ser humano, o de guardar histórias. Tudo aquilo que pode parecer banal, pois retrata e representa a história de uma só pessoa, para o Museu é um objeto de relíquia com grande valor.
Sendo um projeto de pesquisa interdisciplinar, ao longo deste ano, o Museu foi formado por alunos dos mais diversos cursos, como Museologia, Artes Visuais e Ciências da Computação da UFPel, coordenados pela professora Juliane Serres, do curso de Museologia e pelo Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural da UFPel. Criado em 2014, o projeto organiza as mais diversas lembranças em um acervo digital, tendo como finalidade guardar em um museu virtual coisas “banais” com valores inestimáveis. Objetos de infância, ou até mesmo de décadas atrás que estão sendo passados por gerações possuem agora um lugar garantido no acervo, que conta com a fanpage e o site onde as fotos e histórias são postadas.
Ao acessar a plataforma é possível viajar em um emaranhado de fatos, que nos levam a imaginar e perceber o quanto algo trivial e qualquer pode e tem seu valor na vida de alguém. Isto fica claro ao sermos tomados pela chamada memória coletiva. Não é difícil nos encontrarmos em algum dos objetos que o museu possui em seu acervo, mesmo não fazendo parte de nossa própria história, o que mostra o quanto o banal, dependendo da perspectiva, pode vir a ser importante também.
O projeto, além do armazenamento, também desenvolveu neste tempo de atividades ações de cidadania. Uma delas foi em parceria com a Escola Louis Braille. Visando agregar a acessibilidade as suas atividades, o Museu confeccionou materiais em Braille (foto) para que os portadores de necessidades especiais pudessem também passar por esta experiência através do tato. Em maio deste ano o projeto também organizou uma exposição, em parceria com as escolas Santa Mônica e Doutor Joaquim Assumpção. A mostra reuniu 38 fotografias de crianças com seus objetos “banais”, buscando promover a reflexão a respeito dos valores que atribuímos as coisas desde a infância, e o quanto isto é importante quando nos tornamos adultos.
Em 2015, o Museu das Coisas Banais participou ainda de eventos como o Encontro Nacional de Estudantes de Museologia (ENEMU) e do encontro El Museo Reimaginado, na cidade de Buenos Aires, na Argentina, evento que reuniu mais de 400 profissionais de museologia de todo o continente.
Para acompanhar o projeto ou contribuir em memórias com o Museu basta acessar o site http://wp.ufpel.edu.br/museudascoisasbanais/.