Arte {entre livros} tem sua primeira edição
Diversas formas de arte foram reunidas no Casarão 8 na última quinta-feira (10). A primeira edição do evento Arte {entre livros} abrangeu música, poesia, malabares, desenho, pintura, etc. A realização foi da Editora, Gráfica e Livraria da UFPel, em parceria com o Diretório Acadêmico Edith Barreto (DAEB, das Letras), o Núcleo de Arte, Linguagem e Subjetividade (NALS) e o Coletivo ArtCidade Criativa.
Com uma dinâmica livre e informal, sem se prender muito a um roteiro, artistas foram convidados a compartilhar seus trabalhos. Lana Braz, da Editora UFPel, diz que a intenção foi fazer uma interlocução com o Espaço Livraria Café da UFPel. O público da livraria é muito específico por trabalhar principalmente com livros acadêmicos, e o espaço ocupado é um casarão histórico, daí a importância de aproximar outros públicos do local. Para Lana, a ideia é “que o trabalho que a gente faz não seja só o trabalho de impressão gráfica, de editoração, de vender livros. Mas que a gente possa também ser um espaço de formação.” Além disso, é uma forma de o trabalho feito ter uma visibilidade fora da universidade.
Entre os trabalhos, estavam pinturas, poemas expostos em um varal, origami, além de performances teatrais e de malabares. Camila Cuqui, da banda Musa Híbrida, abriu o evento com uma música de sua autoria. Poemas foram recitados e o espaço ficou aberto para manifestações espontâneas, não só das pessoas que enviaram proposta com antecedência, mas de quem teve vontade de participar na hora. O NALS apresentou um vídeo produzido pelo grupo, baseado no Poema em Linha Reta, de Fernando Pessoa.
O “Grupo de Pesquisa Lugares-Livro: dimensões poéticas e materiais” entrou com a proposta Lugar Constelar. Como conta a coordenadora do grupo Helene Sacco, a ideia aborda a relação entre arte e literatura, e faz parte de um projeto que vai ser desenvolvido nas escolas de Pelotas até 2015. Nele, uma biblioteca itinerante com livros de artistas será levada aos alunos. O Arte {entre livros} serviu de experiência para a criação de um link entre as obras do grupo e os autores que alimentam seu imaginário. E aí está o lugar constelar, “esse desenho que se forma de um pensamento de um livro ligado a outro livro, que se liga também a outros tantos”, conclui Helene.
O estudante de Artes Visuais da UFPel, de nome artístico Yagg M, organizou um espaço para a reflexão. Questionar a formação do conhecimento dentro da academia e o porquê de ela se afastar tanto do afeto, que é algo atrelado ao ser humano. Esta foi a proposta, colocada em prática através do compartilhamento de uma carta do autor e do convite para que os visitantes escrevam o que deixaram de fazer no cotidiano e explorem seu imaginário. Assim, o material se torna um livro no final.
Estreando participação junto à UFPel, o ArtCidade Criativa vem com o objetivo de despertar o potencial criativo de Pelotas, segundo a integrante do grupo Cássia Cavalheiro. O coletivo trabalha com oficinas gratuitas itinerantes, intervenções na rua e tutoriais online. Aborda a questão afetiva da comunidade com o lugar, no caso o Casarão 8, e tenta fazer com que as pessoas se sintam pertencentes à cidade e a usem como lugar de mudança, não só de passagem.
Notando o distanciamento entre os alunos do ensino médio e da universidade, a Editora, Gráfica e Livraria da UFPel está convidando alunos de escolas e cursos preparatórios a participarem dos eventos. A partir daí, apresentando a eles outras formas de manifestações artísticas que não sejam as da mídia comum, as quais muitas vezes não se tem acesso. No Arte {entre livros}, o convite especial foi para a turma do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Pelotense. “Quando tiver de novo, pode me chamar que eu venho”, diz o aluno do Pelotense Felipe Nolasco, que não tem costume de ir a eventos do tipo, mas achou interessante.
Para finalizar o Arte {entre livros}, o grupo no NALS propôs uma oficina de trama, uma dinâmica em que cada participante recebia um elástico para juntar ao do próximo, defendendo que “a reta é o caminho mais chato entre dois pontos”. O resultado foi uma grande trama de elásticos, que foi levada até a Praça Coronel Pedro Osório e pendurada entre as árvores.
No segundo semestre de 2014, a ideia é fazer uma edição do Arte {entre livros} por mês.