Administração debate problemas pontuais do IFM
Dando sequência à agenda de visitas a unidades acadêmicas e administrativas, o reitor Mauro Del Pino foi recebido nesta quinta-feira(6) pela direção do Instituto de Física e Matemática, no prédio principal da unidade, no campus Capão do Leão. Na visita, ele esteve acompanhado pelo pró-reitor de Graduação, professor Álvaro Hipólito, e pela assessora da vice-reitoria, professora Lorena Almeida Gill.
Depois de um breve diálogo, na sala da direção do IFM, os visitantes foram convidados a se dirigirem a outra sala, onde o encontro teria a participação de professores e estudantes do Conselho Departamental. O convite foi prontamente aceito pelo reitor, que ouviu atentamente os relatos sobre as apreensões e questionamentos feitos pelo diretor, Victor Gonçalves, por seu vice, Wiliam Barros, e pelos demais integrantes do Conselho.
Tradicional unidade e de influência inequívoca na história da UFPel, o Instituto de Física e Matemática vive momentos de tensão e turbulência desde a criação dos centros acadêmicos, alguns dos quais constituíram núcleos próprios para o ensino de matemática, desrespeitando a vocação histórica do IFM como unidade básica de ensino nesta área. Além de canalizar vagas docentes em concursos públicos, os centros passaram também a se beneficiar de vagas decorrentes de exonerações, aposentadorias e óbitos de professores.
“Admitimos contemplar as especificidades de cada curso, mas queremos um ciclo básico comum”, defende o diretor do IFM. Segundo Victor Gonçalves, o maior prejudicado é o aluno, pois existem disciplinas sendo ministradas em duplicidade, com conteúdo idêntico, e muitas vezes com códigos diferentes. Ele apregoa a legitimação da área de Física e Matemática, nos parâmetros da própria história da Universidade. “A fragmentação é prejudicial”, observa.
Já o vice-diretor, Wiliam Barros, disse que o IFM não pode aceitar a segregação das licenciaturas em favor de cursos que estão evidência.
Na visão do Conselho Departamental, não se faz pesquisa tecnológica sem uma área básica forte; por isso é fundamental uma identidade científica e a interdisciplinaridade entre as linhas de conhecimento que a compõe.
Ao debater o impasse, o reitor Mauro Del Pino disse que é preciso definir a concepção de universidade que se pretende. Ele disse estar de pleno acordo com o fortalecimento das áreas científicas, mas afirmou que é preciso ter claro quem deve suprir as necessidades que se apresentam. “Acho que é preciso recuperar a estrutura historicamente desfrutada pelo IFM”, observou Del Pino. O reitor vê na Matriz de Distribuição de Vagas Docentes um caminho para ordenar as discrepâncias, mas admite que é preciso discutir a concepção de unidade acadêmica dentro do processo estatuinte.
As discussões também abrangeram o curso noturno de Matemática, hoje oferecido na cidade, mas que desfrutaria de melhores condições se fosse ministrado no campus Capão do Leão, o que poderá ser viável a partir das obras de qualificação do campus, previstas para a atual gestão.