Pesquisa mostra tendências de mortalidade por neoplasias
Defesa de dissertação – Mestrado Profissional em Saúde Pública Baseada em Evidências
Título: Tendência temporal de mortalidade das principais neoplasias malignas no estado do Rio Grande do Sul, no período de 1970 a 2011.
Apresentador: Maria Cristina Yunes Abrahão
Orientador: Ana Maria Baptista Menezes
Banca: Alethea Sperb e Mariângela Silveira
Data: 22/01/2014
Local: Auditório Kurt Kloetzel
Hora: 10h
Estudo utilizando os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), no estado do Rio Grande do Sul, mostrou a tendência da mortalidade pelos principais tipos de cânceres, no período de 1970 a 2011.
Os dados foram obtidos do Núcleo de Informações em Saúde da Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul (NIS/SES-RS) e a análise foi realizada pela aluna Maria Cristina Yunes Abrahão do Mestrado Profissional de Saúde Pública Baseada em Evidências do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da UFPEL sob a orientação das professoras Ana Maria Baptista Menezes e Elaine Tomasi.
O câncer de pulmão foi a causa mais comum de óbitos em homens e a segunda causa de morte entre as mulheres. Notou-se, porém, que para os homens tem havido uma diminuição do número de óbitos, enquanto que para as mulheres houve um aumento de 210% no número de mortes. Tal fato está, possivelmente, relacionado à diminuição do tabagismo entre os homens e o aumento, entre as mulheres.
O câncer de mama foi a principal causa de mortalidade entre as mulheres, sendo responsável por 27.616 mortes neste período, enquanto que o câncer de próstata correspondeu à segunda causa de óbitos entre os homens.
Foi detectada uma tendência de diminuição das taxas de mortalidade, nos últimos anos, para os cânceres de colo uterino (mulheres), estômago, esôfago e cólon-reto.
É importante ressaltar que o Rio Grande do Sul é um dos estados brasileiros com maior expectativa de vida, com maior proporção de idosos e com um dos maiores índices nacionais de desenvolvimento humano, além de apresentar uma multiplicidade étnica que inclui a colonização por povos europeus, de afrodescendentes e população indígena nativa. Estes fatores geram uma grande heterogeneidade de hábitos de vida tornando o RS um dos estados com maior incidência de câncer no país e, consequentemente, com taxas de mortalidade, para alguns tipos de cânceres, mais elevadas do que nos demais estados da federação brasileira.
A mortalidade por alguns cânceres pode ser reduzida havendo uma maior efetividade de políticas públicas direcionadas à prevenção e diagnóstico precoce do câncer; campanhas de esclarecimento da população sobre os principais fatores de risco causadores de alguns cânceres, como, por exemplo, o tabagismo, são fundamentais para o controle desta doença.