Lepaarq UFPel realiza escavações arqueológicas no Pontal da Barra
O banhado do Pontal da Barra é palco de mais uma campanha de pesquisas arqueológicas realizada pela equipe do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Antropologia e Arqueologia da Universidade Federal de Pelotas (Lepaarq/UFPel). A pesquisa faz parte do projeto “Arqueologia e História Indígena do Pampa: Estudo das populações pré-coloniais na bacia hidrográfica da Laguna dos Patos e Lagoa Mirim”, sob coordenação do professor Rafael Guedes Milheira e o trabalho de campo compõe o cronograma da disciplina Práticas de Campo II do curso de Bacharelado em Antropologia com linha de formação em Arqueologia da UFPel, ministrada pelo mesmo professor.
Esse projeto tem apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e tem por objetivo compreender aspectos da ocupação indígena dos grupos construtores de cerritos, que habitaram as margens da laguna dos Patos e lagoa Mirim, desde aproximadamente 2500 anos atrás. No banhado do Pontal da Barra foram identificados, até o momento, 18 sítios arqueológicos conhecidos como “cerritos de índio”, que se configuram como montículos de terra com até 1,20 metros de altura e aproximadamente 80 metros de diâmetro. Esses cerritos foram utilizados para várias finalidades, entre elas: servir de plataforma seca para moradia, áreas de depósito de lixo das atividades quotidianas dos índios que os construíram, áreas de plantio, área de sepultamento dos mortos e demarcadores territoriais. Sabe-se até o momento que os cerritos do Pontal da Barra foram ocupados num período de aproximadamente mil anos, visto que as datações oscilam entre 2300 e 1200 anos antes do presente, o que denota uma história indígena de longa duração bastante desconhecida e desconsiderada na história regional.
As atividades de campo dessa campanha arqueológica continuarão ocorrendo até o dia 14 de dezembro, contando com uma equipe de quase 40 pessoas, envolvendo pesquisadores e alunos da UFPel e de instituições parceiras no projeto. O projeto envolve parcerias com o Laboratório de Arqueologia Regional do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (LAR-MAE/USP), o Laboratório de Física Nuclear Aplicada da Universidade Estadual de Londrina (LFNA-UEL), o Centro Universitario Regional Este (Cure) de la Universidad de la República–Uruguai, o Laboratório de Cronologia Nuclear do IF-UFF (Lacron), a Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel da UFPel e o Laboratório de Oceanografia Geológica da Fundação Universidade do Rio Grande (LOG-Furg).
Interessados em visitar os trabalhos de campo, devem agendar pelo telefone 91545420.