Jornalista relata drama pessoal com a Síndrome do Pânico
“Uma manhã acordei e tinham tirado meu ar. Pensei que estava morrendo”. O dramático relato foi feito pelo jornalista Hiltor Mombach, no fim da tarde da sexta-feira (18), durante a mesa de conversa e sessão de autógrafos do livro Quando o corpo grita, Síndrome do Pânico. A conversa foi realizada com o autor, que é editor de esportes do Correio do Povo, de Porto Alegre, e com os psiquiatras José Facundo Passos de Oliveira e Gildo Katz, no Salão Nobre da Biblioteca Pública Pelotense (BPP). O evento foi uma realização da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFPel e da BPP.
Com seu livro em mãos, em cuja capa há um desenho feito pelo seu filho, Mombach iniciou a contar sua história com a Síndrome, o surgimento, sintomas, tratamento, meios de detectar o começo das crises e como “dribla-las”. Segundo ele, são 25 anos com o mal, cujo primeiro diagnóstico foi difícil e só veio, depois de várias consultas médicas, quando foi a um psiquiatra.
Terapia e medicação foram as indicações. “Aos poucos fui largando os comprimidos. Agora conheço os furos da doença e o que pode ser gatilho para disparar uma crise”, contou. Relatando um pouco de sua vida pessoal, identificou fatos que podem ter colaborado para o surgimento do mal e situações que podem fazer aparecer uma crise. “O problema vem de dentro de nós, não de fora”, sublinhou, para explicar que a doença pode não surgir por situações ambientais, mas emocionais.
Dizendo que já sabe um pouco como “enganar” a Síndrome, falou que cada pessoa pode ter um tipo muito específico, próprio do mal, muito pessoal, de acordo com seu perfil.
Após falar por cerca de meia hora, o jornalista abriu espaço para o público fazer questões sobre a doença aos psiquiatras presentes. A dupla de médicos é co-autora da obra, que teve sessão de autógrafos na sexta-feira. Eles contaram que entre os pacientes convidados a participar do livro, contando sua história e experiência com a doença, despontou o jornalista, o que resultou na obra lançada na Feira do Livro de Porto Alegre de 2017.