Dobram as vagas destinadas ao PAVE
As vagas destinadas ao Programa de Avaliação da Vida Escolar (PAVE) passarão a ser 20% do total do quadro de vagas da Universidade Federal de Pelotas, diferente dos 10% estabelecidos desde a criação desse processo seletivo. Essa foi a decisão tomada pelo Conselho Coordenador do Ensino, da Pesquisa e da Extensão da UFPel em sua reunião ordinária na última quinta-feira (14), que já deverá ser aplicada na próxima edição do programa, cujo edital de abertura deve sair em breve.
Segundo o reitor, Pedro Curi Hallal, o acréscimo de vagas destinadas ao PAVE responde a uma responsabilidade que a UFPel tem com a região que a abriga. “Se nós não trabalharmos pela nossa região, quem trabalhará?”, questiona. Dessa forma, esse passo destina-se a abrir mais portas para o desenvolvimento da metade Sul do estado, onde se encontram os menores índices de crescimento do Rio Grande do Sul: “Temos um papel destacado no desenvolvimento regional”, prossegue Hallal.
O coordenador de Desenvolvimento de Concursos, Albino Magalhães Neto, líder do setor da Universidade responsável pelo processo, destaca também que o aumento acompanha uma tendência encontrada em outras instituições de ensino superior brasileiras que realizam vestibulares seriados, nas quais a destinação de vagas varia entre 25% e 50% do total. “Nós mantínhamos o mesmo percentual de quando o PAVE foi criado, muito pequeno em relação ao total”, pontua Magalhães.
Ambos concordam também no ponto de que a evasão dos estudantes ingressantes pelo Programa é muito menor do que aquela apresentada pelos que ingressaram pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). No entanto, Hallal reitera o compromisso da UFPel dentro do sistema: “Seguiremos cumprindo nosso papel, destinando a grande maioria das vagas para o Sisu”. Ele diz acreditar que, dessa forma, a cultura local também estará garantida no grande caldeirão que o ingresso atual formou na Universidade. “Adoramos a diversidade cultural que o Sisu nos trouxe, mas ela também deve incluir a marca da nossa região”, afirma.
Um desafio de diálogo
A ampliação é fruto de um esforço da Administração Central da Universidade, capitaneada pela Coordenação de Desenvolvimento de Concursos (Coodec), a partir de uma série de conversas com a rede de ensino básico de Pelotas e região. “Identificamos que estávamos devendo à origem do PAVE, que foi de estreitar as relações entre universidade e ensino básico, algo que foi feito muito bem nas primeiras edições, mas foi se perdendo”, explica o coordenador.
O diálogo iniciou com a criação de comitês pedagógicos, primeiramente de Pelotas, que contavam com representação de todas as escolas que ofertam o Ensino Médio na cidade: as 35 instituições foram divididas em cinco grupos, por localização geográfica. “O trabalho excedeu as expectativas: tivemos adesão de 100%”, conta Magalhães.
Nesse processo foram identificadas as forças e as vulnerabilidades do processo, entre as quais se destacaram a falta de consonância entre os conteúdos abordados nas provas e aqueles dados em sala de aula, a forma de cobrança e a divulgação do processo. A ideia é que todos eles sejam sanados já nessa edição, por meio de uma estratégia de comunicação mais fortalecida e a participação de professores atuantes na rede básica na elaboração das questões.
Como resultado dessa aproximação, alguns desdobramentos já estão sendo vistos, segundo o gestor da Coodec: os comitês permanecem em reuniões, mesmo sem a mediação da UFPel, e o crescimento nos convites para que a equipe do PAVE compareça às escolas para explicar o programa. “Estamos muito felizes com isso”, comemora Magalhães.
Próxima edição
O edital com as informações sobre a edição do PAVE deste ano deve sair na próxima semana. Nele constará a quantidade de vagas que serão destinadas a cada curso da Universidade para o processo. De acordo com a nova regulamentação, elas compreenderão 20% do quadro de vagas total a ser aberto pela UFPel para o próximo ano letivo.