Fórum Social abre nova era na relação da UFPel com a comunidade
Está aberta uma nova era na relação da UFPel com a sociedade. O Fórum Social da Universidade, que realizou seu primeiro Congresso nos dias 17 e 18 de novembro, está apresentando um conjunto de demandas que refletem necessidades de movimentos sociais, culturais e sindicais da região. As demandas deverão gerar editais internos na UFPel para institucionalizar, com recursos próprios, o atendimento das solicitações, que vão desde assessoramentos, cursos e palestras até a realização de atividades acadêmicas e culturais.
Foram cerca de 30 entidades culturais, sindicais e populares que participaram do Congresso do Fórum, realizado no Lyceu. O Fórum foi criado em 2014 com a proposta de reunir entidades visando a aproximação, a articulação e o diálogo com a Universidade. Em 2015 e 2016 foram realizadas diversas reuniões, objetivando a expansão do novo organismo.
Para Ricardo Bochi, do Sindicato dos Bancários de Pelotas, a iniciativa é bastante interessante. “A Universidade tem toda uma estrutura capaz de assessorar muito todos os movimentos”, comemorou. Já a psicóloga Cibérie Santos, do CRAS Fragata, tem a expectativa de que a Universidade possa suprir carências nas áreas de apoio técnico, oficinas e cursos. A aproximação da Universidade com a periferia foi festejada pelo coordenador da Associação de Hip Hop de Pelotas, Vagner Borges. “Vamos fazer uma troca de conhecimentos muito importante”, frisou.
O reitor Mauro Del Pino lembrou o ineditismo da iniciativa, surgida através de uma construção coletiva. “É uma atuação transformadora com os movimentos sociais, que passam a ter na Universidade uma referência. É um movimento de aproximação em benefício da sociedade”, sublinhou. Para o reitor, a UFPel transforma discurso em prática, quando constrói uma pauta conjunta de trabalho com as entidades.
E mesmo com a mudança de Gestão na Universidade, o trabalho está garantido. Na abertura do Congresso do Fórum, o reitor eleito Pedro Curi Hallal garantiu a emissão dos editais para atender as demandas, com recursos próprios da Universidade. “Este é um processo irreversível, é um compromisso da Instituição. Temos de nos aproximar dos movimentos sociais”, asseverou.
Palestras
A abertura do Congresso, na quinta-feira, foi marcada por palestras do professor Pedrinho Guareschi, da UFRGS, conferencista internacional na área da Comunicação, e do músico porto-alegrense Rafa Rafuagi, referência nos movimentos sociais e culturais.
O professor falou sobre Mídia, Educação e Cidadania, desenhando a comunicação no contexto do país hoje, mas também ressaltando a função da Universidade, que segundo ele é a de ser a consciência crítica da nação. Em sua fala, Guareschi pontuou o poder da mídia de construir realidades e valores e de pautar discussões, inclusive nas mídias sociais. Para o renomado pesquisador e autor de diversos livros, este processo se dá de forma autoritária. “Por isso, proponho uma refundação da comunicação”, afirmou.
A reunião de saberes no Fórum foi festejada pelo músico Rafa. Ele sublinhou a importância dos editais e seus encaminhamentos e deixou como sugestão a criação, como foi feito em Canoas e Caxias do Sul, de uma incubadora, na Universidade, para iniciativas populares e culturais. “Sobretudo, quero saudar este novo espaço que está sendo criado, nestes tempos difíceis em que vivemos”, afirmou.
Permanente
O Fórum Social da UFPel é um projeto permanente, e assim sendo, não se esgota o período para recebimento de demandas da comunidade. Entidades podem, a qualquer momento, entrar em contato com a Universidade para participar das atividades. O trabalho está ligado à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura.