Papel do Servidor é assunto de debate em encerramento de Encontro
Uma reflexão sobre o papel do servidor no desenvolvimento institucional encerrou os três dias de atividades do 2º Encontro de Desenvolvimento de Servidores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O evento, que teve palestra, oficinas e mesas-redondas, teve como sua última atração, na tarde do dia 13, o debate que reuniu representantes da UFPel, do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSUL) e da ASUFPel.
Começando as explanações, o pró-reitor de Gestão de Pessoas do IFSUL, Nilo Moraes de Campos, ressaltou que, para falar do papel do servidor, é preciso, primeiramente, pensar na instituição onde ele está e no Estado onde se está e que se quer. Ou seja, o papel do servidor não é apenas de executor – vai além. “Temos que começar a propor, e não apenas executar a política que vem pronta. É preciso construir ‘de baixo para cima’ e as instituições precisam ter a postura de construir sua política a partir da comunidade”, observou. Campos também destacou que não há desenvolvimento institucional que não passe pelo desenvolvimento dos servidores, já que as entidades são, em sua essência, pessoas. O desenvolvimento dos servidores, apontou, precisa estar ligado aos propósitos da instituição e ser mais focado. “Temos que nos desenvolver muito mais, porque somos responsáveis pelos rumos e caminhos da instituição. Nosso compromisso é com ela e sua atuação com a comunidade”, pontuou.
Seguindo os debates, a coordenadora da ASUFPel, Maria Tereza Tavares Fujii, fez um resgate histórico da atuação dos servidores na UFPel. Ela também ressaltou o fazer da Universidade para sua comunidade, questionando qual é a UFPel que se quer. Maria Tereza também conclamou a participação ativa dos servidores em tudo o que diz respeito à instituição. “Mudamos paradigmas no nosso fazer cotidiano”, disse. A dirigente também mencionou que, conforme relatos no encontro recente da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), onde a ASUFPel esteve presente, a UFPel é uma das entidades mais avançadas em termos de capacitação, qualificação e relacionamento no trabalho. “Não importa quem esteja na reitoria ou no governo; nada é dado de graça, tudo é fruto de luta”, afirmou.
Na sequência, o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento da UFPel, Luiz Osório Rocha dos Santos, abordou o tema passando pelo papel do Estado nos anos 1980 e 1990 e na última década, mencionando ainda conceitos como gestão pública – enquanto entendimento neoempresarial e neopúblico. Osório tratou ainda da “universidade necessária”: pública em sua gratuidade e compromisso social, autônoma e democrática – e que, para tanto, precisa de Projeto Pedagógico Institucional (PPI) e Projeto de Desenvolvimento Institucional (PDI).
Segundo o pró-reitor, o PDI da UFPel afirma que aqueles que custeiam a universidade pública mas não conseguem ter dela benefícios diretos têm o direito de requerer, ao menos, benefícios indiretos – como pesquisas e projetos voltados para elas.
Osório ainda destacou que o servidor é protagonista do PDI e que não é possível colocá-lo em prática sem um trabalho coletivo e articulado. “A universidade necessária se fará pelo permanente cuidado e o trabalho consciente e compromissado de sua comunidade”, pontuou.
O encontro encerrou com o Coral da UFPel, que apresentou quatro músicas aos presentes e arrancou aplausos da plateia.