Carlos Ritter integra Semana Nacional de Museus em parceria com o DNIT
Imagine um acervo paleontológico de fósseis, conchas, insetos, aves taxidermizadas e animais em geral. O Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter, coordenado pelo Instituto de Biologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), guarda tudo isso, uma coleção de espécimes que são referência para profissionais, pesquisadores e apreciadores do meio ambiente. A partir da próxima segunda-feira (16), o espaço abre suas portas para integrar a 14ª Semana Nacional de Museus, em parceria com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Com a temática “Museus e paisagens culturais”, o evento é promovido pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) em comemoração ao Dia Internacional de Museus. Participando pela segunda vez, neste ano a proposta do tema motivou o Museu Carlos Ritter a realizar atividades em conjunto com a Gestão Ambiental da BR-116/392 (STE S.A.). Palestras educativas, exposições fotográficas e vídeos com registros da fauna local farão parte da programação que será oferecida para grupos escolares.
Durante a semana, serão realizadas visitas de nove escolas e mais de 20 turmas, entre às 9h e 11h30min e entre às 14h e 16h. “Recebemos o convite do museu para integrarmos a programação, associando o acervo que eles têm para trabalhar as paisagens naturais de Pelotas”, explicou o educador ambiental da STE, Cauê Canabarro. Mesmo com o agendamento esgotado para escolas, o evento será gratuito e aberto para a comunidade.
De acordo com o Ibram, 1.236 museus participarão desta edição oferecendo 3.700 atividades ao público. “Face a ampla divulgação nacional do evento, a receptividade tem sido excelente principalmente no que se refere a visitações de escolas locais”, destacou o curador das coleções de répteis e de fósseis do museu, professor José Eduardo Dornelles. No ano passado, o museu manteve as exposições temáticas vigentes em projetos de extensão universitária.
O Museu
O Museu teve suas origens em coleções particulares do senhor Carlos Ritter. “Como resultado de suas atividades de naturalista autodidata apreciador da taxidermia de aves e colecionador de insetos é que se tem a base de origem e criação do acervo histórico desse museu”, revelou Dornelles. Em suas atividades de entomologia confeccionou mosaicos com insetos presos em alfinetes e como taxidermista elaborou uma coleção de aves, preservados até hoje no acervo do museu. “Tal coleção serve até hoje como referência na identificação de exemplares de aves para pesquisadores e público em geral. No Rio Grande do Sul é a maior coleção de aves taxidermizadas artisticamente”, afirmou o curador.
Após seu falecimento, sua esposa doou o acervo de espécimes zoológicos para a então Escola de Agronomia Eliseu Maciel, hoje pertencente à UFPel. Outra parte do acervo histórico do Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter se formou através dos esforços científicos do entomólogo Ceslau Maria Biezanko.