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Universidade é ação social, diz Maria Isabel da Cunha, no Forplad

DSC_6401 (1024x678)A professora Maria Isabel da Cunha, da Unisinos, disse na sessão de abertura do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Planejamento e de Administração (Forplad), na noite da terça-feira (8), em Pelotas, que o sentido da existência da universidade é o da educação pública de qualidade. “A Universidade não é uma empresa, é uma ação social”, afirmou ao público presente no auditório do hotel onde se realiza o evento, formado por cerca de cem pró-reitores de Planejamento e de Administração de universidades federais de todo o país.

O Forplad se realiza até esta quinta-feira (10), em Pelotas, numa realização conjunta da UFPel e da Furg. Este é o primeiro encontro do ano. Mais três serão realizados em 2016, em outras universidades federais brasileiras.

Pró-reitora de Graduação na Gestão da UFPel de 1989 a 1992, Maria Isabel da Cunha relembrou sua experiência neste período, falando sobre o que é Universidade Pública. “Não é só gratuidade, é servir aos interesses públicos, e isso passa pela definição de currículos, pela formação dos estudantes com capacidade crítica”, observou.

Mabel, como é conhecida no meio acadêmico, ressaltou que hoje a universidade enfrenta o desafio da democratização, processo que afasta a instituição da lógica da meritocracia, que dominava o meio universitário. Ao mesmo tempo, considera Mabel, outro desafio, o da internacionalização, está gerando uma certa tensão nas instituições, por estar de alguma forma relacionado à meritocracia.

A professora disse aos pró-reitores que o planejamento e a administração devem estar ligados ao projeto de universidade que se quer. “Por isso, todos devem conhecer o projeto pedagógico da universidade”, aconselhou.

Maria Isabel analisou também os impactos do Sisu nas práticas de ensino e aprendizagem. “Nosso atendimento deixou de ser regional e ganhou amplitude. Há um mix de culturas nas universidades que deve ser considerado”, registrou.

Anfitriões

Os dois anfitriões do Forplad, a UFPel e a Furg, realizaram suas apresentações institucionais na sessão de abertura da reunião. A reitora da Furg, Cleuza Maria Dias, falou sobre a estrutura e o planejamento institucional de sua Universidade. “Nossa vocação são os ecossistemas costeiros e oceânicos”, observou. Já o reitor Mauro Del Pino traçou aspectos históricos da Universidade, o crescimento com o Reuni, que venho desacompanhado de infraestrutura correspondente, e relacionou os eixos que norteiam a UFPel hoje, que são democracia, diversidade e inclusão, sustentabilidade, inovação e cultura.

Abertura

DSC_6106_iluminadoNa abertura dos trabalhos da terça-feira, o pró-reitor de Planejamento e Administração da Furg, Mozart Martins Filho, disse que o evento é uma oportunidade de discussão de problemas comuns. Falando também em nome do pró-reitor de Administração da UFPel, Antônio Carlos Cleff, o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento da Universidade, Luiz Osório Rocha dos Santos, considerou que a reunião do Forplad é “um momento agudo de troca de soluções”.

Já o coordenador nacional do Forplad, Tomás Sant’Ana, ressaltou o papel do Fórum e o classificou como de protagonismo e de inovação. “O Forplad permite uma interação essencial entre as instituições”, sublinhou.

Já a reitora da Furg lembrou a construção de debates e a busca de alternativas para os problemas que afligem as universidades. Ao fazer uma análise conjuntural, o reitor da UFPel afirmou que as universidades ampliaram o acesso a camadas que não tinham esta possibilidade, resultando no aumento da inclusão. Disse que houve uma verdadeira revolução em se tratando de universidades federais no país, no aspecto quantitativo, mas que agora é preciso um trabalho conjunto com o MEC para sustentar esta expansão. “O compromisso social e a qualidade acadêmica devem sempre estar no centro dos debates”, defendeu Del Pino.

Publicado em 09/03/2016, nas categorias Destaque, Notícias.